YES I CAN BE A “PORCARIA MAN”
Adoro porcarias: Porcaria não é nada de baixaria, mas parafraseando a Dona Yolanda (a mãe), é uma alimentação não muito saudável.
Aqui nos EUA cuido da taxa de colesterol, dos triglicerídeos, taxa de açúcar, peso, e por ai vai. A cada três meses têm exames de sangue, e qualquer fugidinha das metas o Dr. Donald Willys me tem de castigo - e eu o amo por isso.
Mas nas minhas idas ao Brasil, especialmente quando estou só, confesso ser um “PORCARIA-MAN”. Logo ao chegar a Guarulhos, no aeroporto mesmo, já peco uns dois ou três cafés expressos, com pão de queijo, empadinhas etc.
Perto do Mercure-Augusta, meu QG em São Paulo há vinte anos, há um Habib’s na esquina da Alameda Santos com a Augusta: Compro de cara um prato “primavera” e desfruto de todos os prazeres da culinária de Ala! Também peço ao Senhor Messias, o gerente, que me embrulhe bem em plástico, uma bandeja “para viagem” de quibes, esfihas, tabuli e muito limão fatiado.
Subo ao meu flat apertando bem os múltiplos saquinhos de plásticos, tentando abafar o cheiro gostoso, morrendo de vergonha de encontrar no saguão o Di Biaggi, dono do restaurante De Franco, no hotel, onde geralmente como: Biaggi, uma comissãozinha para você: Sou viciado em porcarias ao ponto de dar uma de marmiteiro, mas você não perdera o cliente -, juro.
Há cem metros do flat, na galeria do Centro Comercial, na Livraria Saraiva, há uma cafeteria que tem um escândalo de porcarias sofisticadas, como quindins de tamanho gigante, brigadeiros super-achocolatados e servem muitas mentinhas e “biscoto” com o café expresso.
Sem falar nas lojinhas de lanche em frente da Vivo, e as inúmeras casa de petisco entre o Centro e a Padre João Manoel, esquina com a Paulista.
Em Porto Alegre eh a carne maravilhosa sempre ao Sal de Macumba. Ah que bom. Um “costelão” gaúcho bem preparado, para mim, e melhor do que Picanha ao Sangue. E as cucas? Alias as cucas de Porto Alegre, Gramado e Blumenau em Santa Catarina são ótimas - mas as minhas favoritas são as de Pomerode, SC.
Ah Pomerode... Aí corda (para me enforcar) não é o meu perigo de vida, mas sim suas cucas e tortas...
Em Belo Horizonte, vou sempre comer na Tia Aurinha, com feijoada super “colesterosa” com todas as partes não-kosher nela enfiada, coisa de matar rabinos de coração. Depois os doces mineiros: De mamão, de coco, de abobora e rapaduras e biscoitinhos de polvilho, broas de milho com muita manteiga, ah porcarias gostosas, porcaria dos deuses.
Ao subir para Ouro Preto de ônibus, já não aguento ate chegar aos botecos da Rua direita ou da Praça Tiradentes. Já mesmo na rodoviária peco uns pasteis de “tresantonte”, quibes velhos e coxinhas de galinha de validade duvidável.
Em Ouro Preto desce para Santa Ifigênia, longe da Pousada na Rua Direita, e como um belo Frango com Quiabo, com pão de milho e queijo mineiro. Ah que bom... Lá, me desarvoro com tudo que e de queijo, de bacalhau e linguiça, ou que tenha couve.
Em Ouro Preto, nunca deixo de assinar o ponto no Bar do Peret, que já foi moderno no final dos anos setenta e por lá ficou. Por lá também ficou também o agora velho Peret, cuja família em tempos imperiais deixou à França a procura de Ouro nas Alterosas. Lá ainda tem uma ótima coxinha de galinha e linguicinha frita, e como tudo afoitamente com o Peret encafifado por que eu já não peço mais cerveja: Só guaraná.
Já em Americana, interior de São Paulo, esculhambando a minha taxa controlada de glicose, meus amigos, a contra gosto, me levam a uma Kombi velha na estrada para Santa Barbara, onde existe melhor caldo de cana e vendido no mundo. Também em Americana há um pastelão de Pecan (uma noz que os colonos Americanos trouxeram do sul dos EUA para a cidade) lá para o lado da Vila Jones - que sempre compro e levo para São Paulo.
Na estrada de volta, tenho que parar e provar se ainda a pamonha tem gosto de... Pamonha. E geralmente, tem.
Quando em Vitoria, tento controlar a barra, apelando para a Moqueca de peixe, mas os pasteizinhos de palmito e a casquinhas de siris, ou a famosa Torta Capixaba, sempre me derrubam. Também os pãezinhos franceses da Padaria Expressa, na Rua Sete, indispensáveis ao café da tarde da mãe, com manteiga de Resplendor (de lata) e Queijo de Minas.
Mas nos botecos da Praia de Suá, há sempre uma Moquequinha de Sururu, coisa tão forte que lhe faz suar e creio que daí saiu o nome da Praia.
No nordeste estrago todo o que sobrou da dieta, com o feijão de corda, carne de sol - e muito sal. Saindo do Recife rumo a Campina Grande, no pé da serra há um povoado com uma dúzia de casas que serve melhor Continental Breakfast do mundo: Além do pão, broa e do bule de café, bijus e cuscuz e biscoitos vem coalhada de leite de cabra, macaxeira (inhame), gilózinho no picles, mandioca cozida e manteiga de garrafa.
No final das duas ou três semanas, ao sair do Brasil, minhas calças estão apertadas, o cinto dois buracos mais largo, mas tenho um sorriso de satisfação no rosto, um sorriso trazido pelas “porcarias”.
Volto a América a comer fibra nas refeições, pó de linhaça dourada e pasto. Alface, mais alface, vegetais cozidos pouco arroz, tentando esticar um pouco mais a vida, ficar de bem com meu medico e preparar bem o meu organismo... Para uma nova rodada de porcarias a serem comidas numa próxima viagem ao Brasil...
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carissimo Sam de Matos,
muito boa, essas afirmativas.
sds rodrigues
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