A opção por pulverizar as vendas protege as indústrias do polo de moda de Ubá, cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, da concorrência dos produtos chineses. O principal mercado das confecções mineiras são as lojas pequenas e médias do interior do Rio de Janeiro, Minas, Espírito Santo e Bahia, enquanto os chineses têm como alvo os grandes varejistas.
"A venda pulverizada, feita principalmente por representantes das indústrias de móveis e sacoleiras, garantiu o desenvolvimento do polo, aliado à questão da qualidade e exclusividade da moda casual", diz a analista do Sebrae-MG e gestora do polo, Eliane Rosignoli de Oliveira. A expectativa é que as 545 empresas instaladas nos 12 municípios do polo tenham um faturamento superior ao alcançado em 2010, de R$ 60 milhões. Elas oferecem 5,3 mil empregos diretos e 5 mil indiretos.
Os empresários Matheus Brasileiro e Rafael Mosqueira entraram no negócio em função de questões ambientais. "A ideologia foi o que mais pesou quando resolvemos abrir a Orgânica Eco ", diz Brasileiro. Ele deixou, no ano passado, um emprego de designer gráfico para produzir cerca de 500 camisetas masculinas por mês, com mensagens sobre o meio ambiente, entre outras. O tecido é fabricado com 50% de algodão e 50% de poliéster feito com garrafas PET recicladas.
A receita mensal da Orgânica Eco gira em torno de R$ 15 mil. "Investimos R$ 20 mil", afirma o empresário. "Fazemos mostruário e atendemos os pedidos por meio das sacoleiras que atuam na Zona da Mata mineira", acrescenta. Como a maioria das confecções da região, a produção é pelo sistema de facção, com os empregados trabalhando em suas residências.
Cristiano Motta abandonou um curso técnico para abrir a empresa de silk-screen em Tocantins. "Aprendi estamparia em casa, com a tia Rosana. Resolvi abrir a Dynamic Designer com tia Helena, que tem boas noções de estamparia", diz. A Dynamic Designer desenvolve e confecciona as estampas de acordo com os pedidos dos clientes. "Ofereço também estampas únicas, personalizadas e exclusivas", afirma.
A Dynamic produz cerca de 1,5 mil metros lineares com estampas diversas e mantém a estamparia com silk-screen para roupas prontas. Este ano, fez um empréstimo de R$ 200 mil no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para comprar equipamentos que vai possibilitar o uso de tecido sintético. Com isso, o número de empregados cresceu, passando de 12 para 19 pessoas. "Vamos dobrar nosso faturamento anual que, em 2011, deve ficar em torno de R$ 500 mil.
A professora de português Eunice Romanholi Menezes deixou a profissão no início da década. Procurou o Sebrae-MG e, após quatro planos de negócios, optou pela confecção. "Em sociedade com meu marido, João Paulo Romanholi, abrirmos a Tilabela em 2006, de moda feminina casual." O casal investiu aproximadamente R$ 60 mil e começou a produzir com um empregado - hoje tem 22 empregados diretos e 30 indiretos, pelo sistema de facção.
Nos últimos dois anos, o crescimento da Tilabela foi superior ao planejado para cinco anos. Em 2010, foram produzidas 10 mil peças. Este ano, até julho, a produção alcançou 12 mil peças. Atendendo lojas do interior do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, além de Minas Gerais, a Tilabela teve receita de R$ 400 mil no ano passado. Para 2011, a expectativa é de pelo menos triplicar esse valor.
Antônio Celso de Freitas, da Soutache Guimarães Confecções, era representante da indústrias de móveis. "Como minha esposa trabalhava com confecção, começamos a produzir itens de mesa, cama e banho. Trabalhamos um ano na informalidade e, em 1999, entramos no mercado formal", afirma. Com 12 empregados que fabricam cerca de 300 itens, duas lojas próprias em Ubá e dezenas de sacoleiras que vendem os produtos no Sul de Minas Gerais, a expectativa da Soutache Guimarães é de faturar R$ 2 milhões este ano.
Fonte:|http://www.valor.com.br/impresso/empresas/sacoleira-arma-contra-chi...
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A grande maioria das sacoleiras compram indiretamente da China.
As que vao para o Paraguai, em sua totalidade o fazem. SdM
Estou contigo e não abro Sam um grande abraço
Jota
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