Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empresa que Importou Lixo Hospitalar dos EUA Vende Forros de Bolso de "Qualidade" para todo o País e em Sites Internacionais

Responsável pela importação de lixo e restos hospitalares dos EUA para o Brasil, a empresa N A Intimidade Ltda-ME, com sede em Santa Cruz do Capibaribe (a 185 km do Recife), recicla o material norte-americano, transforma-o em cortes de bolso e vende os produtos a fábricas de confecções de todo o país e até a outros países pela internet.

 
Em operação neste fim de semana, a Vigilância Sanitária de Pernambuco apreendeu amostras de lixo e descartes hospitalares dos EUA nas sedes da empresa Império do Forro de Bolso, nos municípios de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no agreste pernambucano
Segundo apurou o UOL Notícias, a “Império do Forro de Bolso” --nome fantasia da empresa-- teria surgido em 2009 e é hoje a maior do polo têxtil pernambucano, localizada no agreste do Estado e responsável pela produção de 57 milhões de peças ao mês.

Além de vender diretamente em lojas nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, a empresa usa sites de venda direcionados a produtos têxteis nacionais e internacionais, com linguagem em inglês e em espanhol, para anunciar seus produtos. O contato da empresa sempre é o seu diretor Altair Teixeira de Moura.

Em uma das páginas, que divulga produtos em inglês, a Império do Forro de Bolso aponta que vende “forro de bolso para calça jeans social, cortados sob sua medida”. Não há, porém, a confirmação de concretização de vendas para outros Estados ou países.

Enquanto nas lojas de Santa Cruz do Capibaribe e de Toritama o quilo do tecido é vendido por R$ 8,50, pela Internet a empresa vende, em sua página oficial, vários modelos de forros prontos a R$ 14 o quilo. O site da empresa é recente: foi criado em 31 de janeiro deste ano.

A página utiliza a ferramenta de vendas eletrônicas e aceita encomendas e pagamento com vários tipos de cartão de crédito. Aempresa cita, entre “os princípios que nos guiam”, a “honestidade, transparência e atitude positiva na aplicação das políticas internas e no cumprimento das leis” como “valores” adotados. A N A Intimidade Ltda-ME, porém, é acusada de descumprir a lei brasileira, que proíbe a entrada de resíduos químicos que ponham em risco à população e o meio ambiente.

Empresa “líder”
Apesar de ser uma empresa nova e com menos de dois anos de atuação, os empresários do polo têxtil pernambucano ouvidos pelo UOL Notícias são unânimes em afirmar que a empresa supriu uma lacuna do setor e hoje é a maior vendedora de forros de bolso no interior do Estado. “Ela é uma empresa que vende muito às pequenas confecções. As grandes fábricas cortam os forros nas próprias linhas de produção. O forro de bolso, na escala de produção, sempre foi uma coisa secundária, vendido por pequenos vendedores. Essa empresa chegou forte com esse segmento, e sem dúvida dominou o mercado dessas pequenas vendas”, disse um empresário do setor têxtil de Caruaru, cidade-referência do polo de confecções pernambucano.

Outro fator que impulsionou as vendas da empresa foi o preço cobrado pelo produto. Segundo empresários ouvidos, o preço do algodão aumentou 170% nos últimos meses, o que gerou uma procura maior pelo produto mais em conta oferecido pela Império do Forro de Bolso.

“O preço do tecido ficou muito caro, e as fábricas de tecido próprio para forro não conseguiram acompanhar essa alta do algodão. A Império do Forro de Bolso passou a vender com preços muito atraentes. Isso levou muitos empresários a deixarem de optar pela compra a ele”, assegurou outra empresária ouvida pela reportagem, afirmando que acredita que a empresa seja responsável pelo fornecimento de produtos para Angola, onde empresários do setor têxtil utilizam mão-de-obra mais barata para produzirem alguns tipos de roupa.

Potencial
Procurada pelo UOL Notícias na semana passada, a Receita Federal disse que não pode conceder informações de faturamento de empresas por conta do sigilo fiscal previsto na lei brasileira.

Apesar da ausência de dados oficiais da empresa, o potencial de mercado pode ser percebido pela quantidade de material importado. Segundo a Receita Federal, este ano já foram importados oito contêineres de “tecido de algodão danificado” dos EUA --cada um com 23 toneladas de produtos. Os dois últimos que chegaram este mês foram vistoriados e estavam repletos de lixo hospitalar.

Além dos oito contêineres, a Anvisa (Agência Nacional Vigilância Sanitária) informou que outros 14 contêineres estão para chegar esta semana, vindos também dos EUA. Somadas as cargas, a empresa teria importado 506 toneladas de lixo e restos hospitalares para vender como tecido para forro de bolso. Se vende-se cada quilo por R$ 8,50, como oferece em seis galpões, por exemplo, a empresa poderia faturar R$ 4,3 milhões.

Importações começaram “há tempo”
Segundo as primeiras análises, a importação dos de “tecidos de algodão com defeito” teria começado ainda em 2009, quando o proprietário da “N A Intimidade Ltda-ME”, Altamir, deixou a sociedade de outra empresa, a Forrozão Retalhos, para fundar a nova empresa.

Os funcionários da empresa confirmaram a fiscais sanitários que a importação dos restos hospitalares ocorre há vários meses. O presidente da Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária), Jaime Brito de Azevedo, afirmou que os empregados relataram que encontravam vários tipos de material hospitalar misturados a lençóis, que eram recortados para se transformarem em forros de bolsos.

“Um dos funcionários me disse que questionou sobre a procedência do material e o proprietário afirmou que não era uma sujeira perigosa. Mas apenas ele usava luvas e máscaras para se proteger e os demais não tinham o mínimo de cuidado no manuseio”, relatou Azevedo.

Polo têxtil
O polo têxtil de Pernambuco é considerado o maior produtor de roupas em jeans do país. Segundo o estudo “Caracterização Econômica do Pólo de Confecções do Agreste Pernambucano”, feito pela Fade (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco), são produzidas 57,8 milhões de peças por mês nas três cidades do polo: Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. O faturamento mensal do setor, estimado em 2009, era de R$ 144 milhões.

A reportagem tentou contato com o dono da Império do Forro de Bolso, mas ele não atendeu as ligações feitas para seu celular.

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Respostas a este tópico

IC do Recife vai periciar amostras do tecido suspeito de ser lixo hospitalar

Análise vai confirmar se manchas marrons são de sangue.
Polícia Federal vai designar delegado para o caso nesta segunda

As amostras de tecido colhidas pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) em um galpão e uma loja em Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, na sexta (14) e sábado (15), foram encaminhadas nesta segunda-feira (17) para análise no Instituto de Criminalística (IC), no Recife. A perícia busca constatar se as manchas marrons encontradas nos tecidos são de sangue.

A Polícia Federal está em reunião na manhã desta segunda e deve divulgar o nome do delegado que ficará à frente das investigações. A Apevisa deve fazer nova inspeção em Santa Cruz do Capibaribe nesta segunda.

No dia 11 de outubro, a Receita Federal apreendeu no Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, 46 toneladas de lençóis sujos e material de uso hospitalar vindos da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, em dois contêineres. A importadora era uma empresa do polo têxtil de Santa Cruz do Capibaribe.

No último sábado (15), foram realizadas vistorias em uma filial da empresa, instalada no município de Toritama, e encontraram tecidos com frases em inglês e manchas marrons. O material não era lavado e um fardo de tecido com 1 kg era vendido a partir de R$ 8,35, de acordo com um dos funcionários da empresa, que não quis se identificar.

A Receita Federal acionou o Ministério Público Federal na última sexta-feira (14). A representação será distribuída a um dos procuradores locais, que podem instaurar um inquérito ou um procedimento administrativo para que o caso seja investigado.

Fonte:|http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2011/10/ic-do-recife-vai-per...

Receita deve descobrir hoje dia do desembarque de mais 14 contêineres suspeitos

A Receita Federal deve descobrir hoje qual o dia do desembarque dos outros 14 contêineres que estão sob suspeita de estarem carregados com mais lixo hospitalar. De acordo com a informação que a transportadora marítima Hamburg Süd repassou à Receita, tanto o exportador quanto o importador dessas cargas seriam os mesmos envolvidos com o transporte de outros dois contêineres que, juntos, continham mais de 46 toneladas de lixo hospitalar. Eles foram desembarcados no Porto de Suape em 21 de setembro e 5 de outubro. Os novos terão sua entrega bloqueada e serão inspecionados.

Hoje haverá uma reunião entre representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Receita Federal e do Ministério Público Federal. Técnicos da Anvisa e Apevisa interditaram dois galpões da Império de Forro de Bolso, em Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, onde foram encontrados lençóis com manchas parecidas com sangue. Há suspeita de que o material era usado para confeccionar bolsos de calças, além de os lençóis serem vendidos a quilo em lojas.

A escala de qualquer navio em Suape precisa ser informada à Receita até cinco dias antes da chegada da embarcação. Mas o inspetor-chefe da Alfândega do Porto de Suape, Carlos Eduardo Oliveira, disse que irá tentar obter junto à Hamburg Süd o nome do navio e, assim, descobrir sua data de chegada. “Temos que abrir os contêineres para confirmar se é a mesma carga dos outros dois. Caso seja, o ideal seria devolver no mesmo navio, mas isso não é possível”, disse. Assim como nas últimas duas vezes, os contêineres saíram do porto de Charleston, na Carolina do Sul, Estados Unidos.

Também hoje, representantes da Anvisa e da Apevisa planejam fazer uma visita a Suape. “A ideia é comparar os tecidos que nós trouxemos do galpão da importadora em Toritama com os que foram encontrados nos contêineres”, disse o gerente da Apevisa, Jaime Brito. Ele não tem dúvidas de que os primeiros seis contêineres importados neste ano pela mesma indústria do ramo de confecções também estavam repletos de lençóis e outros tecidos usados em ambiente hospitalar.

De acordo com o inspetor-chefe da Alfândega do Porto de Suape, a Receita Federal irá redobrar a atenção em relação às cargas descritas como “tecido com defeito”, tipo de importação comum, e outras descrições que possam encobrir a importação de lixo. Os galpões da Império de Forro de Bolso permanecem interditados.

Do Diario de Pernambuco

http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20111017072333&a...

nessa reportagem sobre o lixo hospitar da a entender que todo mundo que fabrica calça jeans utilizava esses tecidos pra fazer bolsos, o que nao e verdade pois tem muitas confeçoes que utilizam o forro 100% algodao que empresas brasileiras fabricam no brasil pois e um tecido fino e especifico pra forro de calças bermudas ja esse lixo sao tecidos de lencois com espessura  muito superior aos de bolsos que qualquer pessoa que pegar um jeans vai ver a diferença  e quanto ao preço e praticamente o a diferença  e pouca pra o forro feito no brasil pois o daqui que e fabricado em industrias brasileiras  tem uma qualidade que e visivelmente percebido , pois sao finos e  leves tem muita diferença de lençol nao devemos generalizar como se tudo fosse  lixo basta vim aqui e conferir  ...
Felizmente o assunto vazou para a imprensa e pode ser eliminado, já que infelizmente os Empresários e Entidades da Região nada fizeram para coibir este crime e competição irregular. 
Este é o "custo " de vender barato. O consumidor não tem noção deste CUSTO, mas devemos fazer o nosso papel de esclarecimento do real preço das mercadorias baratas.

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