Brasília - “Empresários” querem tal coisa!
Quando o jornalismo faz generalizações baseando-se em opiniões de determinado grupo como se fossem representativas de toda uma categoria corre o risco de ser flagrado numa tentativa de induzir o leitor a certas conclusões.
Na matemática como no jornalismo, não se confunde a parte com o todo. A precisão é uma condição necessária e indispensável para se fazer qualquer afirmação que expresse uma maioria.
Mesmo que a parte represente uma maioria, estatisticamente comprovada, ela nunca sera o todo e portanto precisa ser tratada claramente como tal. É comum no jornalismo fazer-se inferências a partir das opiniões ou interesses de setores dominantes colaborando para que se estabeleça uma falsa noção de hegemonia.
Na matéria Empresários querem medidas para acabar com guerra fiscal entre estados e a concorrência deslea..., publicada dia 28 de outubro pela Agência Brasil, foi ouvido o representante da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e o representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), que apesar de serem duas corporações de grande destaque do setor industrial, não representam a totalidade dos dos interesses a elas ligados, pelo menos em se tratando da cadeia produtiva da indústria têxtil.
Neste sentido, o diretor presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Matérias Primas Têxteis - Abitex, Jonatan Schmidt, escreveu: “O bom jornalismo tem como PRINCÍPIO ÉTICO [grifo do leitor] o uso da dialética, qual seja ouvir todas as partes envolvidas para que o receptor da notícia possa adotar uma posição isenta. Na reportagem intitulada "Empresários querem medidas para acabar com guerra fiscal entre estados e a concorrência desleal com importados"...foram feitos comentários acerca dos eventuais danos que as importações da China estariam causando às industrias brasileiras, em especial sendo citada a industria têxtil.”
Segundo o empresário: “Ocorre que a reportagem só ouviu representantes do setor industrial,
deixando de ouvir os representantes dos IMPORTADORES [idem]. E, no caso dos têxteis, não se deixou claro se a prejudicada seria a indústria de confecções ou se seria a de MATÉRIAS PRIMAS TEXTEIS [idem]. Infelizmente, há muita confusão neste setor, exatamente porque a Abit
congrega ambas as indústrias. Contudo, é preciso que se esclareça que a importação de matérias primas têxteis, principalmente as de origem SINTÉTICA [idem], é praticamente essencial à
indústria brasileira de confecções, porque o Brasil não consegue produzir o que há de demanda.”
O leitor ainda esclarece: “A Abitex, que presido desde 2007, se opõe ao discurso generalista e nacionalista de que as importações são danosas ao Brasil. É simplório demais diante de uma economia globalizada, onde todos precisamos importar e exportar, sob pena de perda de mercados. A indústria brasileira de CONFECÇÕES [idem] é eficiente e tem qualidade. Talvez não consiga atender totalmente à demanda. Mas, de qualquer modo, sempre existirão, por exemplo, as importações de produtos de marcas de luxo... Contudo, no tocante às matérias primas têxteis, em especial as de origem sintética, se não houver importações da China haverá desabastecimento e a indústria brasileira de confecções não terá como produzir.”
A Diretoria de Jornalismo da EBC ainda não respondeu ao leitor cuja mensagem parece evidenciar que não existe unanimidade de opinião no setor sobre os efeitos do uso de matérias primas importadas do país asiático, como a notícia dá a entender.
A matéria não explica quais seriam os efeitos na composição do preço das confecções se o governo resolver sobretaxar matérias primas importadas - no caso dos tecidos sintéticos , como medida protecionista da indústria nacional. Tampouco avalia se nossa industria tem ou não condições de abastecer o mercado interno dependendo do preço internacional dos tecidos sintéticos, conforme cita Jonatan.
Mas como o próprio diretor presidente da Abitex assinala “há muita confusão neste setor” - a associação nacional congrega ao mesmo tempo a indústria de confecções e a de matérias primas têxteis. Talvez haja conflitos de interesses entre ambas, principalmente quando uma delas se abastece com produtos de empresas multinacionais concorrentes de empresas similares nacionais.
A mensagem do leitor coloca em evidência a complexidade de opiniões e interesses envolvidos na questão que não pode ser reduzida a um “ser contra” ou “ser a favor”. Isso indica que a pauta precisa ser aprofundada para contemplar todos os atores envolvidos, dando oportunidade igual para se manifestarem.
A notícia também não esclarece qual é a posição do governo, referido na pessoa do secretário executivo do Ministério da Fazenda. O assunto pode ser abordado, em primeiro plano, no contexto da politica nacional para o setor industrial e, em âmbito mais geral, à luz da inserção do Brasil no mercado internacional globalizado.
Nada é óbvio na complexidade das relações comerciais entre as nações. Frequentemente é necessário que um país importe para exportar. Se esse país sobretaxar importações de componentes ou de matérias primas estará automaticamente encarecendo o produto final e tornando-o menos competitivo – é o chamado “tiro no pé”.
A matéria traz ainda opiniões dos líderes das associações empresariais sobre a chamada “guerra fiscal” entre estados brasileiros que utilizam diferenças de alíquotas para atrair investidores – por sinal, a mesma guerra que criticam internamente preconizam que o Brasil adote em relação à China. Essa é uma das aparentes contradições que precisam ser esclarecidas. A outra reside na posição adotada por estados brasileiros de sustentar barreiras tributárias que dificultam a livre circulação de mercadorias em um momento em que as relações internacionais apontam para a necessidade de um movimento em sentido contrário, removendo obstáculos que atrapalhem o pleno desenvolvimento das forças produtivas .
Com esses e outros esclarecimentos o leitor terá informações qualificadas para “adotar uma posição isenta”, como sugere Jonatan Schmidt.
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-11-04/coluna-da-ouvido...
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Abaixo o ócio improdutivo Sam... rsrsrs
É super simples. Já o adicionei como amigo. É só confirmar e enviar. Mole mole.
Abs e boa semana!
Edson
Sam de Mattos disse:
Brigado Edson: Terminei um Artgo para a Revista Textil. Amo o Ricardo, amigo de decadas. Mas me surpreenderara se publica-lo na integra: O titulo devera ser O QUE APRENDI NA TURQUIA. Depois lhe mando.
Meu email e samdem@aol.com. Nao sei,( por prguica, acomodacao ou baixo QI) mexer com o email do Erivaldo, ai no Blog. Talvez o motivo e simples: MACUNAISTICAMENTE nunca tentei aprender.. Ai que preguica.... Sam
Ricardo, abrir as porteitas talvez foi errado, mas pelo menos faz a China "tolerar" e fazer vista grossa ao nosso pequeno e timido protecionismo. Afinal a balanca esta favoravel as nossa exportacoes de MATERIA PRIMA, bom ressaltar.
Quanto ao Herr Schmidt ler ou nao nossos protestos: Cago e ando para isso. sempre pensei que os nossos protestos eram "meros exercicios de futilidade" ou "desabafos" como usa o verbo voce.
Porem estao sendo lidos. Nao pelo Status Quo do Herr Schmidt, mas por gente que conta. Eu respeito o "off the record" o "confidencial jornalistico" mas lhe asseguro, com a minha palavra de honra, que estamos sendos ouvidos e que eu piamente creio que a ajuda vira.
A corrupcap esta tao entranhada nesse pais que qualquer guinada mais brusca poderia significar o suicidio politico de um honesto precipitado. Mas, ao menos que o cinismo atingiu niveis Shakespeareanos, eu creio que algo esta sendo feito.
Bem, ja disse o que posso.
Agora espero para ver se ha sinceridade nas acoes prometidas que eu espero que (1) ira acontecer ou (2) entao eu sou mais um imbecil e credulo em contos de fadas.
Finalizo a dizer que nao sera nada de bombastico ou dramatico. Mas separara o Tecelao do Doleiro; o Fiador de fios do Importador de fios da China; separara o Confeccionista do Banqueiro; os lideres da classe dos politiqueiros. Plantador de Algodao do lider em metalurgia.
Agora e so esperar para ver. Inclusos duas novas eminentes "quedas" em posicoes chaves (em Brasilia), que esta para ocorrer, e aqui informo, no Bloguezinho Pobre do Mano Erivaldo, antes da toda poderoza Globo.
Continie a bradar no deserto Ricardo. Sim, ha gente lhe escutando.
Sam de Mattos
Admira-me sua vontade em conversar sobre o que pode dar certo. Admirável idealismo e que deve ser enaltecido. Parabéns! Na questão do nosso tema, vc lembrou bem. Nossa balança é favorável apenas na questão da matéria prima. Nossos governantes e demais “notáveis” de nossa sociedade precisam notar que precisamos agregar valor ao nosso país. Um país de 200 milhões de pessoas não consegue viver de exportar matéria prima e comprar de tudo lá fora. Isto talvez funcione no Chile, onde 16 milhões de pessoas podem viver do cobre, das frutas e do vinho. Mesmo assim já podemos ver pelos jornais a indignação dos mais jovens, que não sabem o que fazer. Não sou a favor do protecionismo dos anos 70 do século passado.
Longe disto. Mas sou a favor da isonomia das condições de competir em um mercado verdadeiramente justo. Para mim, reconhecer a China como economia de mercado foi um tiro no pé.
Porém, como diz vc, vamos seguir colocando a boca no trombone.
Foi sim. E o resultado esta ai. "A popros", publiqei isso em meu face book, e divido com voce e com os amigos engajados na luta:
QUERIDOS: ISONOMIA NAO EH INSONIA, OK? Isonomia e IGUALDADE, "QUID PRO QUO", IGUALDADE PERANTE A LEI OU REGRAS PREESTABELECIDAS. Não ha mesmo isonomia não - e o digo com negativa dupla para chamar bem a nossa atenção! O China nos compra o ferro a preço de banana e nos vende os martelinhos, alicantinos, joguinhos fuleiras de chave de fendas e as torneirinhas, baratinhas, e vagabundinhas, MADE IN CHINA na quitanda de R$ 1,99.
Claro que não ha isonomia: Nossos políticos ganham um pouquinho mais, tem um bom salarinho, benefícios sociais NADA ISONOMICOS, mas considerando-se que as suas respectivas culturas, intelectualidades, escolaridades (O Dr. Senador Tiririka incluído– agora Americanizado, usando Prada e com “K” no nome) não são nada ISONOMICOS; Creio que ele merecem tudo o que ganharam pelo voto coeso e isonômico do sempre manipulado, sofrido, copulado e mal pago, ZE POVINHO - classe isotopicamente unida na merda. E mientrastanto, enquanto isso, nos todos, fisionomicamente abaixamos as calcinhas, e levamos isonomicamente no... Digo, “na CABECA”! KKKKK, Foda-se a isonomia!
Julio Caetano H. B. C. disse:
Entendo estar havendo dúvidas de como se praticar a ISONOMIA.
Generalizações realmente são perigosas, principalmente quando os interesses estão mascadrados, explico:os principais signatários da ABIT (associação a industria textil)são naturais importadores de matéria-prima.
Porém estes mesmos senhores importam tecidos prontos e acabados(mesmo com o discurso hipócrita da falta de qualidade dos chinezes)para não prejudicar a sua ganância de 20% minímo de lucro liquído.
Sugiro que a Abit, altere a sua denominação para Associação Brasileira dos Importadores de Tecidos,para só assim realmente a verdadeira Industria Nacional possa defender seu direitos e necessidades.
Grato.
Parabens Ricardo. Mata a cobra e mostra o reptil morto. parabens. Fatos. Contra eles nao existem palavras. SdM
Ricardo Motta disse:
Generalizações realmente são perigosas, principalmente quando os interesses estão mascadrados, explico:os principais signatários da ABIT (associação a industria textil)são naturais importadores de matéria-prima.
Porém estes mesmos senhores importam tecidos prontos e acabados(mesmo com o discurso hipócrita da falta de qualidade dos chinezes)para não prejudicar a sua ganância de 20% minímo de lucro liquído.
Sugiro que a Abit, altere a sua denominação para Associação Brasileira dos Importadores de Tecidos,para só assim realmente a verdadeira Industria Nacional possa defender seu direitos e necessidades.
Grato.
EXEMPLO DE UMA GENERALIZACAO PERIGOSA:
Associacao Brasileita de Importadores de Tecidos!
Kkkkkkkkkkkkkk
Caros,
Um esclarecimento importante: O Brasil nunca reconheceu - oficialmente e pra valer - a China como economia de mercado. O que houve foi uma promessa de reconhecê-la mas que nunca ocorreu e dificilmente ocorrerá. Não se as coisas continuarem da forma como estão (manipulação cambial, e etc. etc.)
Quem quiser ler mais a respeito pode acessar o link do próprio Itamaraty sob o título: "Dilma não vai reconhecer China como economia de mercado em visita ao país" de 29/03/2011
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noti...
Caros,
Um esclarecimento importante: O Brasil nunca reconheceu a China como economia de mercado. O que houve foi uma promessa de reconhecê-la mas que nunca ocorreu e dificilmente ocorrerá. Não se as coisas continuarem da forma como estão (manipulação cambial, e etc. etc.)
Quem quiser ler mais a respeito pode acessar o link do próprio Itamaraty sob o título: "Dilma não vai reconhecer China como economia de mercado em visita ao país" de 29/03/2011
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noti...
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