Depois de 189 anos de sua independência de Portugal e de uma história de nação soberana permeada de governos de exceção e regimes voláteis, o Brasil, desde as “Diretas Já”, em 1984, parece ter consolidado uma firme democracia, que tem resistido às mais duras provas. Contudo, a liberdade política parece não ter afastado de modo definitivo o estigma do colonialismo, pois estamos trocando a antiga subserviência econômica ao fraterno povo lusitano por uma nova dependência da China.
A exemplo do que fazíamos há mais de dois séculos, quando éramos meros fornecedores de riquezas naturais e minerais a Lisboa, recebendo em troca poucos bens de valor agregado, estamos exportando para Pequim produtos essenciais e de alta relevância nesta era da sustentabilidade, como petróleo, ferro e soja, e importando um monte de quinquilharias. E, o que é pior, pagando por elas preços de produtos de alto valor agregado.
Por conta desse equívoco estratégico em termos de política industrial, a indústria de transformação brasileira fechou 2010 com déficit superior a 70 bilhões de dólares em sua balança comercial, com risco de ultrapassar 90 bilhões ao cabo de 2011. Desse total, a indústria têxtil e de confecções terá saldo negativo de 5 bilhões. Em meio ao potencial de nossa economia em relação a um mundo tomado por graves crises, parece que não estamos percebendo a corrosão de nossa manufatura e um perigoso avanço para a sino-dependência.
Graças a uma correta ação de nossa política econômica, temos reservas cambiais superiores a 350 bilhões de dólares e uma situação fiscal equacionada. Portanto, não precisamos, como os Estados Unidos, que os chineses comprem títulos de nossa dívida para garantir o seu adequado serviço. Assim, não devemos temer qualquer represália caso adotemos medidas mais eficazes de proteção comercial contra uma concorrência muito desigual quanto à qualidade dos produtos, manipulação cambial, respeito às condições sociais e trabalhistas mais dignas, cuidados com o meio ambiente, utilização de insumos saudáveis e práticas civilizadas no tocante às leis de mercado.
O governo brasileiro argumenta que a China é nosso maior parceiro comercial e principal comprador de nossos produtos. Por isso, devemos, então, ter muito cuidado para não ferir suas suscetibilidades, pois isso poderia reduzir suas importações, afetando nossa balança comercial. Ora, tal justificativa não é suficiente para nos resignarmos à dependência, conformando-nos em ser parceiros da África no fornecimento de produtos primários à potência asiática. O ministro Mantega já afirmou que o Brasil somente seria afetado pela crise se a China reduzisse suas encomendas, o que já indica nossa dependência.
A indústria brasileira tem feito seu papel, investindo pesadamente nos últimos anos em inovação, modernização e ampliação de capacidades. Somente a indústria têxtil investiu 2 bilhões de dólares em 2010. Temos um parque industrial moderno, pujante e dos maiores do mundo, que garante uma pauta diversificada de exportações.
Mesmo se nos impusermos no comércio bilateral, os chineses continuarão precisando – e muito – de nossas commodities, alimentos e aço, dentre outros produtos. Devemos, ainda, aproveitar e valorizar a força do ascendente mercado interno nacional. Qual o sentido estratégico para o nosso país de aumentar a exportação de fibras de algodão e, ao mesmo tempo, ampliar o volume de roupas importadas? Ou seja, não temos nenhuma razão para reinstituir o Brasil Colônia.
Alfredo Bonduki é presidente do Sinditêxtil-SP e engenheiro formado pela Escola Politécnica da USP.
Fonte:|http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2012/01/28/o-resgate...
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Parabéns ao Textile Industry por divulgar este importante pronunciamento do Presidente do SINDITÊXTIL-SP - Alferdo Bonduki.
Esta é uma importante contribuição tanto do SINDITÊXTIL-SP quanto do Textile Industry à todos Profissionais Têxteis brasileiros.
É a mais pura verdade, enquanto estivermos acreditando que a nossa economia será afetada se deixarmos de exportar commodities e recebendo como muito bem foi citado as quinquilharias, estaremos contribuindo para o fechamento do nosso tão sofrido, porém não menos eficiente segmento têxtil e de confecções, enquanto a nossa carga tributária permanecer nos patamares atuais, e as facilidades para a entrada de tudo que vem lá de fora forem cada vez maiores, o horizonte realmente é preocupante,
Parabéns pelo artigo.
Carlos Daniel
ATRAVESSAMOS A SEGUNDA GRANDE TRANSFERENCIA DE RECURSOS TROCADOS POR QUINQUILHARIAS.A PRIMEIRA FOI APÓS A SEGUNDA GRANDE GUERRA,OPORTUNIDADE QUE TÍNHAMOS ALTOS VALORES EM RESERVAS RESULTANTES DA GUERRA,RESERVAS ESTAS QUE TROCAMOS POR "TONELADAS"DE MATERIAIS PLASTICOS ORIGINÁRIOS ENTÃO DOS EUA. E NÓS TINHAMOS TREMENDO DESPREZO POR HARRY TRUMAN,ENQUANTO ELE SE DIVERTIA COM A NOTÁVEL TROCA DE RECURSOS POR QUINQUILHARIAS PLASTICAS.NÃO É Á TOA QUE PETER DRUCKER, CONSULTOR,ESCRITOR O CONSIDERAVA UM EXCELENTE LIDER.
AGORA ,COMO ESTAMOS VENDO,TRANSFERIMOS RECURSOS RESULTANTES DE NOSSA RIQUEZA MINERAL EM TROCA DE QUINQUILHARIAS CHINESAS ,INCLUSIVE MATERIAIS TEXTEIS QUE ALEM DISSO DEIXAM DE SER PRODUZIDOS NO PAÍS,ROUBANDO EMPREGOS DE NOSSA POPULAÇÃO...
É INCRIVEL A INTELIGENCIA DE NOSSOS POLÍTICOS: TROCAM VALIOSOS RECURSOS NATURAIS POR QUINQUILHARIAS ...E ALÉM DISSO ELIMINAM EMPREGOS DE NOSSAS INDUSTRIAS...
ATÉ QUANDO ?
ESTÁ PERFEITO O PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE DO SINDITEXTIL ...............MAS.................ELE COMBATE AQUI A INVASÃO CHINESA, QUE CARREGA JUNTO A ELA UM MONTÃO ENORME DE CORRUPÇÃO DO NOSSO GOVERNO....FEDERAL, ESTADUAL E TAMBEM MUNICIPAL........MAS..................ELE TEM UMA PEQUENININHA UNIDADE INDUSTRIAL LÁ NO MATO GROSSO DO SUL, PARA APROVEITAR OS INSENTIVOS FISCAIS E........DAR NÓ NA RECEITA FEDERAL.....TAMBEM BURLANDO A LEI....ASSIM COMO FAZ A ADAR, A CORTEX, A FATEX, A AVANTI.........
Grande texto do Alfredinho Banduki. LUCIDO, objetivo, ao ponto e "to the point".
Inúmeras vezes disse que nos podemos viver sem lojas de R$1,99, sem as tranqueiras da Rua 25 de Marco, sem ate uma TV a plasma de 40 polegadas. Não disse queremos. Disse PODEMOS. Não, o Chinês não poderá viver sem comer - e suas indústrias se fecharão sem a nossa matéria prima. Esse e o nosso trunfo.
Mas estamos nos preparados a viver frugalmente, por um curto período, em caso de uma pequena retaliação da China?
Os Chineses assim o fizeram se sacrificaram, por tres décadas e agora colhem os frutos do aperto de cinto coletivo. Temos nós os "cojones" para fazer o mesmo - por pouco tempo?
Sim Alfredinho a ignorância e a habilidade de pensar-nos torna um "povo criança". Somos imediatistas e nos contentamos com tranqueiras. Com as miçangas para enganar índio.
Somos o povo que paga um dos maiores impostos no mundo. Pagamos como a Noruega, Suécia e Alemanha. Atente para a infraestrutura e para o padrão de vida deles versus o nosso. Vivemos na merda.
Onde andam as nossas estradas, escolas, indústrias, hospitais? O gato comeu. Digo, Brasília comeu.
E por que não nos indignamos com isso? Por que não combatemos a impunidade? Por que somos ignorantes. Não sabemos o como se vive fora do puxadinho e da laje local. Ou do apartamentinho.
O Brasil é um gigante: Boécio, retardado e bêbado - e de carteira cheia. Caído pelas calcadas e mijado debaixo de uma marquise. É o epitoma do Cu da Mae Joana.
Por quê? Porque não nos educamos, não somos cognicentes, não temos autoestima, não temos ate um modelo em nossa liderança para nos servir de referencial como nação.
Somos ricos porem maltrapilhos. Temos mesa farta e passamos fome. Temos agua e vivemos na seca. Temos muito sol e andamos nas trevas.
O pior cego e o que não quer ver. E sem educação somos cegos. Educação não e cursos tipo MOBRAL que ensina o analfabeto a escrever o nome. Educação é ensinar ao povo a DISCERNIR!
Enquanto nos contentarmos com o farelo e migalhas que caiu da mesa dos corruptos, enquanto os nossos ídolos forem milionários que depenam o Brasil por meio de informações privilegiadas, enquanto o trafico de influencia enriquecer parlamentares, deputados, senadores, políticos em geral sem não nos causar indignação e SUBSEQUENTE ação, nós estaremos perdidos. E ao “nós” inclua a nossa indústria.
Já é hora de tentarmos nos EDUCAR. De para e exigir um fim ao Gersismo. Ao sistema de Capitania Hereditária, dividindo Ministérios do Brasil na Base da Politicagem. Da Casa Grande e Senzala que oprime o Nordestino e aos pobres das Metrópoles. De terminarmos com a Indústria da Fome. Do Analfabetismo. É hora de Luz no Brasil - fujamos das trevas.
E hora de entendermos o que poderíamos ter e o porquê do que não termos.
E uma vez educados, veremos. Vendo, poderemos julgar. Julgando Demandaremos um fim a impunidade e uma prestação de contas. A ignorância nos escraviza.
Mas enquanto permanecermos uma Nação de Maltrapilhos, de famintos, de Recipientes de Cestas Básicas e Bolsas Famílias e de ignorantes, nós Brasileiros estaremos como um Macunaíma, deitado eternamente em berço expendido: Ao som de pagodes, baladas, cheio de Cachaça vagabunda, ou pior, de cachimbo de crack na boca, baixo um belo sol tropical e um céu azul de brigadeiro.
E isso e a realidade. Se não cuidarmos dessa área, seremos uma Nação vassala, de maioria semi-indigente, ignorante e eleitores de demagogos beócios, de gente igualzinha a nos.
ACORDE BRASIL. Demande o seu destino!
MAS.............SEM FALSA MORALIDADE, O "ALFREDINHO BONDUKI" TAMBEM....TEM UMA PEQUENA FABRIQUINHA LA EM 3 LAGOAS - MS, PARA FATURAR DAQUI O QUE SE PRODUZ LÁ.....
COMO FAZ A ..........AVANTI......CORTEX................ADAR.............FATEX....................TODOS SÃO UNS GRANDESSISSIMOS HIPÓCRITAS.....CONOSCO.....
Alfredinho! Entrou na China tambem???? Nao creio, nao pode ser. Sam
LOURIVAL: E a qualidade da cognicencia do povo... Sabem ate escrever seus nomes e ler um pouco. Mas nao veem o que a mao profetica escreva na parede; " Vao sifu, vao sifu, vao sifu" E para a minha lage, me voy!
Lourival Fadiga disse:
ATRAVESSAMOS A SEGUNDA GRANDE TRANSFERENCIA DE RECURSOS TROCADOS POR QUINQUILHARIAS.A PRIMEIRA FOI APÓS A SEGUNDA GRANDE GUERRA,OPORTUNIDADE QUE TÍNHAMOS ALTOS VALORES EM RESERVAS RESULTANTES DA GUERRA,RESERVAS ESTAS QUE TROCAMOS POR "TONELADAS"DE MATERIAIS PLASTICOS ORIGINÁRIOS ENTÃO DOS EUA. E NÓS TINHAMOS TREMENDO DESPREZO POR HARRY TRUMAN,ENQUANTO ELE SE DIVERTIA COM A NOTÁVEL TROCA DE RECURSOS POR QUINQUILHARIAS PLASTICAS.NÃO É Á TOA QUE PETER DRUCKER, CONSULTOR,ESCRITOR O CONSIDERAVA UM EXCELENTE LIDER.
AGORA ,COMO ESTAMOS VENDO,TRANSFERIMOS RECURSOS RESULTANTES DE NOSSA RIQUEZA MINERAL EM TROCA DE QUINQUILHARIAS CHINESAS ,INCLUSIVE MATERIAIS TEXTEIS QUE ALEM DISSO DEIXAM DE SER PRODUZIDOS NO PAÍS,ROUBANDO EMPREGOS DE NOSSA POPULAÇÃO...
É INCRIVEL A INTELIGENCIA DE NOSSOS POLÍTICOS: TROCAM VALIOSOS RECURSOS NATURAIS POR QUINQUILHARIAS ...E ALÉM DISSO ELIMINAM EMPREGOS DE NOSSAS INDUSTRIAS...
ATÉ QUANDO ?
"A indústria brasileira tem feito seu papel, investindo pesadamente nos últimos anos em inovação, modernização e ampliação de capacidades. Somente a indústria têxtil investiu 2 bilhões de dólares em 2010. Temos um parque industrial moderno, pujante e dos maiores do mundo, que garante uma pauta diversificada de exportações."
Mas Alfredinho, isso nada adianta pelos (a) impostos cobrados (b) e o "Custo Brasil".
Por e tao alto?
1- Por sermos corruptos e corruptores
2-Por nao discirnirmos que esse e o problema
3- Por sermos Passivos e coniventes.
4- Por nao termos referenciais de lideranca e de outras sociedades
5- Por sermos ignorantes e persistirmos ( e achar bonito) o ser.
Pode reformar tudo: Nao seremos competitivos, estaremos na merda - Mas nao Sarney, Barbalho e tantos outros. Me engana que eu gosto. Me bate que e bom. Rsrsrs
Excelente o artigo, que pisa em algo fundamental: a estrategia do nosso governo federal de se alinhar com
a India, China, Africa e Russia politicamente falando e economicamente acontecendo. Coisa do Lula. Mantendo
o cambio flexivel e nessa estrategia, só pode dar no que esta acontecendo. Vendemos commodities que o mundo
precisa, não só a China e importamos tudo que não precisamos. Bela troca! Juscelino Kubitschek deve estar pulando em seu tumulo lá em Brasilia! Ele foi o propulsor da industrilização e o Lula da desindustrilização. E pensar que a primeira responsabilidade de um governo é com seu povo! Vinte bilhoes dolares de commodities exportadas, não geram empregos que 400 milhoes de dolares em textil geram! Acorda Brasil, que seus pés são de barro!
A Nleson que pessimista vc e! Aqui temos bundas, Carnaval, cachaca baratinha. Temos lajes, temos funk, jogo de porrinha e bicho, temos o criativo churrasco de asa de galinha ! Temos futebol. Por falar nele, como anda o Flu? E o meu Peixe?
Educacao e para trouxa, a vida e rapida, meu; pelo menos a a minha eh. "Ai se eu te pego"!
Aqui ha sol, mano. Dias azuis e ilhas dos "suis", ha mulalatas e louras tanajuras. Viva o formol e a chapinha. Ficaremos bonitos e a balada vamos nos - e fortuitamente, na Nacao Macunaina o Eike Batista enche os Bolsos. Lulinha Tambem. Ah todo os esperto do mundo enche - e com razao! Para que serve o Cu da Mae Joana?
nelson ginetti disse:
Excelente o artigo, que pisa em algo fundamental: a estrategia do nosso governo federal de se alinhar com
a India, China, Africa e Russia politicamente falando e economicamente acontecendo. Coisa do Lula. Mantendo
o cambio flexivel e nessa estrategia, só pode dar no que esta acontecendo. Vendemos commodities que o mundo
precisa, não só a China e importamos tudo que não precisamos. Bela troca! Juscelino Kubitschek deve estar pulando em seu tumulo lá em Brasilia! Ele foi o propulsor da industrilização e o Lula da desindustrilização. E pensar que a primeira responsabilidade de um governo é com seu povo! Vinte bilhoes dolares de commodities exportadas, não geram empregos que 400 milhoes de dolares em textil geram! Acorda Brasil, que seus pés são de barro!
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