Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A queixa na OMC por parte do México poderá trazer mais instabilidade à indústria têxtil e de vestuário da China, já a braços com o aumento de custos. Uma situação que poderá levar à fuga de alguns clientes ocidentais e à busca de novos mercados por parte dos produtores do Império do Meio. 

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China em cheque

A indústria têxtil e de vestuário da China – já afetada pelo aumento de custos e pela pressão dos concorrentes – está especialmente vulnerável às consequências resultantes da disputa com o México na Organização Mundial de Comércio (OMC).

A queixa alega que os subsídios do governo chinês e redução de impostos para o seu sector têxtil e de vestuário viola os acordos da OMC (ver China divide indústria) – e se for criado um painel para julgar a disputa, Pequim ficará sob pressão para os eliminar.

A Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Económica, uma organização de consultoria com sede em Pequim, avaliou o risco e considerou-o significativo.

Um investigador indicou que o caso era particularmente problemático uma vez que foi levantado por um mercado emergente que é um concorrente direto da China. O sucesso para o México pode criar um precedente e levar a mais casos semelhantes no futuro por parte de outros países em desenvolvimento. «Outros países em desenvolvimento podem ver o México como um modelo e segui-lo no caso contra a China e não se limitarão à indústria têxtil», afirmou.

E um veredito contra a China pode levar os compradores a preocuparem-se com o facto dos seus fornecedores poderem vir a perder o apoio do governo, levando os preços a subir: «haveria mais encomendas a ir para outros países», prevê o investigador.

Um porta-voz do Ministério do Comércio da China indicou na altura que a China irá «responder à questão de forma adequada sob o processo de disputa na OMC». Se os dois países não conseguirem chegar a acordo em 60 dias, o México pode exigir um painel de juízes da OMC para o caso.

Tempos difíceis para a China
A disputa surge numa altura complicada para a China. Outrora a “menina-bonita” dos mercados low-cost de aprovisionamento, a China já não tem a vantagem de preço que tinha para criar a base de produção dominante do mercado mundial do têxtil e vestuário.

A Boston Consulting dos EUA prevê que entre 2012 e 2016, os custos laborais de produção na China aumentem pelo menos 10% por ano, duas vezes mais rápido do que muitos mercados emergentes rivais, incluindo a comparativamente rica Tailândia e o mais pobre Vietname.

Os media chineses revelaram recentemente que em Dongguan, onde se localizam os produtores de vestuário da província de Guangdong, as empresas estão a admitir que os seus salários, já mais do que 3.000 yuans (374,22 euros) por mês, ainda não é suficiente para impedir que os trabalhadores procurem novos empregos.

Segundo a Alfândega da China, as exportações de produtos têxteis e de vestuário para a União Europeia caíram 21,4% em termos anuais, para 5,5 mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) entre janeiro e agosto. Entretanto, as exportações de vestuário para os EUA praticamente estagnaram, aumentando ligeiramente 2%, para 18,8 mil milhões de dólares.

Algumas empresas chinesas de têxteis e vestuário previram um abrandamento nos mercados maduros logo na crise financeira de 2008 e começaram a procurar clientes em mercados emergentes. A Quickman Imp&Exp, sediada em Yiwu, na província de Zhejiang, é uma delas. A produtora de t-shirts fornece agora clientes sobretudo da América do Sul, do Médio Oriente e de África, enquanto antes da crise as suas encomendas vinham sobretudo dos EUA e da UE.

«Mesmo que não houvesse disputa na OMC, penso que seria inevitável que os clientes ocidentais procurassem fornecedores fora da China porque os custos são ainda demasiado elevados», afirma o diretor-geral da Quickman, Alex Hong, que revela ainda que em comparação com os atuais clientes, trabalhar com clientes dos EUA «é muito difícil», já que os americanos conscientes dos custos estão a ficar cada vez mais exigentes. «Cada vez mais produtores chineses perceberam isto e estão a procurar clientes noutros locais. Neste sentido, penso que até pode ser uma coisa boa se o México ganhar», acrescenta Hong.
 

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41720/xmview/...

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Respostas a este tópico

 

Tudo isso são verdades, embasadas em fatos e expostas logicamente.

Mas em termos pragmáticos, quando acabara o CONTRABANDO entrando ainda deslavadamente em nossas fronteiras vindo da China? Essa é a questão Shakespeariana - o resto é resto, se resolvera na corte de Haia ou afim. Quero saber como será removida essa pedra em nossos sapatos que esta nos machucando AGORA.

Também em nosso mundo TEXTIL, ate entre nós que lemos esse artigo, existe:

(1) Tecelões e Fiadores,

(2) Importadores da China e

(3) Contrabandistas - muitos deles com uma pequena produção para mascarar o contrabando.

Nos dois últimos temos um problema para a nossa classe.

 

OS- Finalmente Mr. Z: Cuidado. A PF esta descobrindo o seu esquema e nesse caso casamento e naturalização “fajuta” não segura deportação. Para voce ainda a tempo de entrar na linha.

Sam.....tem cada esquema nesse negocio de importação que nem imaginamos.

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