Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

GAFFNEY, Carolina do Sul - As velhas algodoarias já praticamente desapareceram. Gaffney Manufacturing, National Textiles, Cherokee -motores produtivos do setor têxtil nas Carolinas-foram sucessivamente abatidas pelas forças da globalização.

Assim como as Carolinas se beneficiaram quando a indústria têxtil deixou a Nova Inglaterra, elas sofreram na década de 1990 quando a maior parte do setor foi embora dos Estados Unidos, migrando para China, México e Índia.

Por isso, o que está acontecendo no velho cotonifício Wellstone é tão notável. A Parkdale Mills, maior compradora de algodão cru dos EUA, reabriu a fábrica na Carolina do Sul em 2010.

No ano passado, Bayard Winthrop, dono da confecção American Giant, estava comprando tecido da Índia. Agora, diz ele, está mais barato comprar nos EUA. Ele usa fios de uma das fábricas da Parkdale e manda tecê-los na Carolina Cotton Works.

Winthrop diz que fabricar nos EUA garante algumas vantagens em relação ao exterior. Os custos de transporte são bem inferiores, e o intervalo entre a encomenda e a entrega é menor. E, o que é mais surpreendente, os custos trabalhistas não são muito maiores do que no exterior, porque as fábricas que sobreviveram à migração industrial foram automatizadas, empregando menos operários.

E, embora Winthrop não tenha esbarrado nesses problemas, o monitoramento da segurança no trabalho em lugares como Bangladesh, onde centenas de operários morreram em tragédias nos últimos anos, se tornou um enorme desafio.

Winthrop disse que o regresso a Gaffney se deveu a razões exclusivamente empresariais.

E essa é uma guinada surpreendente no setor americano têxtil e de vestuário. Em 2012, as exportações têxteis e de vestuário dos EUA totalizaram US$ 22,7 bilhões (R$ 49,9 bilhões), alta de 37% em relação a 2010.

As operações continuam sendo menores do que nas potências estrangeiras, como a China. Mas o simples fato de esses setores estarem novamente prosperando é um indicador de uma reavaliação mais ampla do setor industrial nos Estados Unidos.

Segundo pesquisa do Fórum para a Inovação da Cadeia de Suprimentos, ligado ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), cerca de um terço das empresas americanas com produção no exterior dizia cogitar a transferência de parte da produção para os EUA no ano passado. Outros 15% já haviam tomado uma decisão nesse sentido.

Além dos benefícios em custo e tempo, as empresas são recompensadas pelos consumidores ao promoverem produtos "made in USA". Mas, assim como os fabricantes estão descobrindo que os produtos americanos são acessíveis e convidativos, eles também observam que o cenário empresarial mudou.

Atualmente, as empresas enfrentam dificuldades para encontrar mão de obra qualificada e componentes de fabricação americana para seus produtos. E a associação feita por políticos entre crescimento industrial e geração de empregos é complicada: a indústria gera empregos, mas não tantos, já que há máquinas em todo o processo produtivo.

É o caso de Parkdale. A fábrica da cidade produz mais de 1.100 toneladas de fio de algodão por semana, com cerca de 140 operários. Em 1980, esse volume de produção exigiria mais de 2.000 pessoas.

Quando Winthrop criou a American Giant, queria fabricar suéteres grossos, como os da Marinha que seu pai usava. Ele insistia em cortar e costurar a roupa nos EUA, mas não foi exigente com a origem do tecido, e optou por uma tecelagem da Índia. Após meses de idas e vindas, Ele estava pronto para despachar seus primeiros suéteres, em fevereiro de 2012.

Mas Winthrop ficou frustrado com a qualidade e o processo. Em outubro do ano passado, ele já havia transferido a produção para a Carolina do Sul.

Agora, leva cerca de um mês, mais ou menos, para que um suéter chegue ao consumidor.

"Simplesmente evitamos tantos tropeços grandes e pequenos que invariavelmente acontecem quando a gente tenta fazer as coisas longe", disse ele. "Jamais estaríamos onde estamos hoje se estivéssemos no exterior. Não estaríamos nem perto."

Os problemas na Índia eram culturais, burocráticos e práticos. A tecelagem indiana precisava de até cinco meses para aperfeiçoar desenhos, enviar amostras, programar a produção, embarcar o tecido para os EUA e passá-lo pela alfândega. Winthrop hesitava em prever a demanda com tanta antecedência.

Ele enviava à fábrica indiana os chamados "pacotes de tecnologia", que detalhavam que tipo de tecido ele queria e que variações aceitaria. Mesmo assim, a variação de rolo para rolo era grande. "Sou um partidário da transferência da produção para o exterior quando fizer sentido".

Agora, ele pode visitar a Carolina Cotton Works e a Parkdale sempre que quiser. E, diz ele, os custos são inferiores aos da Índia.

Onde ele precisa de mão de obra -no corte e costura, feito em fábricas da Califórnia e da Carolina do Norte- é que os gastos dispararam. Isso custa cerca de US$ 17 (R$ 37) por peça para a empresa, contra US$ 5,50 (R$ 12) no exterior.

Mas a mão de obra não é um ingrediente importante na tímida recuperação industrial nos EUA. Na verdade, foi a ausência de operários americanos bem pagos nas novas fábricas que tornou essa revitalização possível.

Na Parkdale Mills, as máquinas se estendem por quarteirões. Só muito raramente uma pessoa interrompe a automação, geralmente porque certas tarefas ainda são mais baratas quando feitas manualmente.

Ao todo, a empresa emprega 4.000 pessoas, a maior força de trabalho da sua história, mas é a tecnologia que a torna competitiva. Isso ainda preocupa alguns empregados. Scott Symmonds, 40, ganha US$ 15 (R$ 33) por hora como técnico, o que ele diz ser melhor do que o que a concorrência paga.

"Estamos todos ganhando bem mais dinheiro do que nossos colegas na China e em outras nações", disse ele. "Não podemos nos dar ao luxo de sofrer um corte no pagamento que seja suficiente para nos nivelar com esses lugares."

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/132746-renasce-indust...

Por STEPHANIE CLIFFORD

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por um instante até achei que estava falando de Americana - Sp... 

Quem deve ler isto são os nossos governantes e tomar atitudes para que aconteça o mesmo aqui.

Estamos todos ganhando bem mais dinheiro do que nossos colegas na China e em outras nações", disse ele. "Não podemos nos dar ao luxo de sofrer um corte no pagamento que seja suficiente para nos nivelar com esses lugares."

 

É incrível ler isso, o Eua está se readaptando a uma nova realidade para poder gerar empregos, isso quer dizer que no passado eles abandonaram o setor têxtil, muita gente perdeu o emprego, empresas foram a falência e o governo deixou as importações tomarem conta no mercado.

Essa com certeza já é a história em curso no Brasil, chegaremos ao fundo do poço até o governo perceber que necessitará dos empregos no setor têxtil.  O grande problema nessa historia é que não temos o poder de um Eua,  estamos mais para uma Argentina que sucateou suas fábricas e até hoje paga o preço por isso.

Precisamos de menos impostos e mais investimentos já!!!!!!!, o Brasil não pode se dar o luxo de perder empregos,  necessitamos de um governo que administre nossos recursos e potenciais com inteligência e não para fins políticos ou para interesses pessoais  e de um partido.

O Grande Universal que poucos estão vendo e quem vê tem medo de falar, chama-se GLOBALIZAÇÃO, uma das maiores burrices da humanidade o jeito que ela foi conduzida, e quem ganhou com isto até o momento foi a CHINA, chegou a hora de todos entender está palavra, e saber como deve ser uma verdadeira GLOBALIZAÇÃO mundial, o caminho nunca foi e nunca vai ser abrir as portas para os outros entrar e fazer o que quiser, é totalmente diferente de tudo que os Paises chamados de grandes fizeram, dentro um tiro em sua própria nação, e o Brasil fez o mesmo, e todo mundo quer ir para china fazer compras, para India, para correia, digo grande ilusão humana, os Estados Unidos vai pagar muito caro por ter deixado de produzir em seu Pais, e o Brasil se não rever agora vai ficar pior.  GLOBALIZAÇÃO é a busca de conhecimento, sabedoria, intercâmbio de alto ajuda, não este modelo que criaram de ir explorar a mão de obras neste país, achando que o custo beneficio seria bom, vai ficar pior se o povo não acordar, e para de confiar e deixar o governo fazer o que quer, e sendo que a culpa será de todos nós e dos empresários que fazem contas pequenas, fecham sua produção aqui, e vai buscar mão de obra barata, os de lá não comem nada, e o que come aqui e nos estados unidos e países chamados desenvolvidos, vai consumir como, se todo mundo perdeu seu emprego.  logo vão ver ficar pior tudo isso, nós Países que não querem produzir, nada em sua casa, e querem explorar as mãos de obras de escravos no outros países, quero ver que vai consumir. não é isso Brasil, o Lula já não pagou a divida toda do Brasil, e agora todo mundo está cada vez mais rico, não é Globalização.......   desta eu estou fora......

Stanislaw Ponte Preta já falava:

-O que é bom para os EUA é bom pro Brasil.

Eles estão fazendo a coisa certa da maneira correta.

Produzindo em casa com equipamentos de alta produtividade.

O Constâncio Vieira vai fazer isto também no Brasil!

Não dá pra competir com ninguém com aqueles teares da época de Dom João e com a carga tributária que temos.

Vamos tomar vergonha na cara e copiar de quem entende!

Eles bons,temos que seguir seus métodos,pesquisa,planejamento e gestão.

Onde ele precisa de mão de obra -no corte e costura, feito em fábricas da Califórnia e da Carolina do Norte- é que os gastos dispararam. Isso custa cerca de US$ 17 (R$ 37) por peça para a empresa, contra US$ 5,50 (R$ 12) no exterior.

vamos planejar,brasiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiilllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll....................

Ao todo, a empresa emprega 4.000 pessoas, a maior força de trabalho da sua história, mas é a tecnologia que a torna competitiva.

Em 2012, as exportações têxteis e de vestuário dos EUA totalizaram US$ 22,7 bilhões (R$ 49,9 bilhões), alta de 37% em relação a 2010.

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