Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Em meio à expectativa sobre o pacote de reformas preparado pelo Partido Comunista Chinês, o Brasil e a China fazem uma série de reuniões de alto nível esta semana em Macau, Cantão e Pequim, com vistas a reforçar as relações bilaterais.

O vice-presidente, Michel Temer, chega hoje acompanhado de três ministros - da Agricultura, de Ciência e Tecnologia e da Aviação Civil -, de dois secretários-executivos (do Mdic e de Minas e Energia), de um diretor do Banco Central e de vários altos funcionários de outros órgãos.

Na quinta-feira, em Pequim, Temer vai se encontrar com o presidente Xi Jinping. Será uma ocasião para ele ter uma melhor ideia das reformas que poderão ocorrer na segunda maior economia do mundo e maior parceiro comercial do Brasil.

Antes de Cantão, o vice-presidente Temer participará hoje com o vice-primeiro-ministro Wang Yang da abertura da IV Conferência Ministerial do Fórum de Macau, reunindo China e países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. É um foro de interesse predominante dos chineses para promover comércio e investimentos. O Banco de Desenvolvimento da China deverá anunciar parcerias de cooperação na Africa.

Na quarta-feira, haverá a mais importante reunião bilateral anual de alto nível. A Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) é presidida do lado brasileiro pelo Vice-Presidente da República, Michel Temer, e do lado chinês pelo Vice-Primeiro-Ministro Wang Yang, encarregado de temas econômicos, comerciais e financeiros no Conselho de Estado chinês.

O governo chinês escolheu fazer a reunião da Cosban em Cantão (ou Guangzhou). Por séculos, foi o único acesso ao mercado chinês estritamente regulamentado, até que na guerra do ópio (1839-1842) a cidade foi ocupada por europeus e as barreiras de acesso à China derrubadas. Hoje, Cantão é sede da maior feira mundial para exportadores e importadores e um dos maiores centros produtores de carros.

Na Cosban, há pelo menos três temas que Brasília gostaria de obter resultados logo. Primeiro, acabar com o fechamento do mercado à carne bovina brasileira. Os chineses recentemente reagiram na Organização Mundial do Comércio (OMC) a uma reclamação do Brasil, dizendo que enviariam mais questionários para o país justificar que não tem mais doença da vaca louca. Significa que a Cosban dificilmente terá resultado nesse aspecto.

O segundo obstáculo envolve exportações da Embraer. O construtor aeronáutico já vendeu 165 aparelhos na China. Desses, entregaram 130. Os outros estão pendentes de autorização de Pequim. Como sempre o sinal verde vem na base do conta gotas, é de se esperar que saia algum resultado positivo.

Tambem falta a última autorização para o Banco do Brasil abrir agência em Xangai. Na semana passada, o China Construction Bank (CCB) comprou 72% do capital social total do BicBanco, no Brasil, por R$ 1,620 bilhão. É de esperar que, a reciprocidade se acelere e enfim o BB tenha seu sinal verde. O banco brasileiro quer abrir agência em Hong Kong em seguida.

A China por sua vez continua reclamando que o Brasil aplica sobretaxa demais contra seus produtos, por alegação de preços deslealmente baixos. Atualmente, 35% das medidas antidumping atingem exportações chinesas.

Pequim indagou na OMC se o Brasil tinha alguma orientação especial para impor com tanta frequência as sobretaxas contra seus produtos.

Pequim insiste também para o Brasil implementar um acordo de 2004 reconhecendo a China como economia de mercado para efeito de defesa comercial. O Brasil repete que vai agir de forma "expeditiva", mas não tira da gaveta uma resolução da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

Na verdade, a Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecções (Abit), desesperada com a concorrência chinesa, pediu ao governo para agir contra Pequim na OMC. "Usar antidumping contra a China é como reagir a batalhões de gafanhotos com estilingue. Totalmente inútil", diz o economista-chefe da entidade, Domingos Mosca. "A China dá bilhões de dólares de subsídios para suas companhias e suspendeu reformas de sua economia, como tinham se comprometido para entrar na OMC. É nisso que o Brasil deveria reagir", diz.

A Abit diz que Pequim rejeita fazer acordo de restrição voluntária de suas exportações têxteis que inundam o mercado brasileiro. A participação chinesa nas importações brasileiras do setor pularam de 17% em 2002 para 50% no ano passado. O déficit da balança desse segmento foi de US$ 3,3 bilhões.

Na quinta e na sexta-feira, Temer estará em Pequim para mais reuniões com autoridades locais. Será avaliada a implementação do Plano Decenal de Cooperação Brasil-China 2012-2021, com ênfase na promoção do agronegócio e de oportunidades de investimentos em programas brasileiros de infraestrutura, segundo o Itamaraty.

No entanto, para o consultor Marcos Caramuru, em Xangai, a dificuldade para os chineses participarem de leilões de infraestrutura brasileiros é que eles não tem ainda cultura empresarial para isso. Ele diz que as empresas chinesas sabem exportar. Mas não sabem operar bem fora disso e os investimentos visam sempre abrir mercados para equipamentos.

Por De Cantão, (China)

Exibições: 680

Responder esta

Respostas a este tópico

A Abit diz que Pequim rejeita fazer acordo de restrição voluntária de suas exportações têxteis que inundam o mercado brasileiro. A participação chinesa nas importações brasileiras do setor pularam de 17% em 2002 para 50% no ano passado. O déficit da balança desse segmento foi de US$ 3,3 bilhões.

Na verdade, a Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecções (Abit), desesperada com a concorrência chinesa, pediu ao governo para agir contra Pequim na OMC. "Usar antidumping contra a China é como reagir a batalhões de gafanhotos com estilingue. Totalmente inútil", diz o economista-chefe da entidade, Domingos Mosca.

O caso é que ha acordos costurados que para uma minoria multimilionária que exportam commodities ganharem milhões, sacrificam outros setores que vem acoplados as importações do Brasil com baixíssimo custo...é assim que nossos politicos comissionados trabalham;

não tem mais o que comentar!!! ou desabafar!!!  viva para a China!!!

Penso, que o problema não está na China.

O problema é nosso, com essa carga tributária é impossível competir.

Batemos nos chineses sem nexo, nos é que temos que resolver nossos problemas. 

A ABIT na minha concepção tem que buscar solução em Brasilia, peça ajuda a quem quer seja.

,

 "Pequim indagou na OMC se o Brasil tinha alguma orientação especial para impor com tanta frequência as sobretaxas contra seus produtos."

desde 1995 com a Acordo Multifibras, em 2001 com a entrada da China na OMC e em 2005/2006 com o fim do Acordo Multifibras, o mundo vem anunciando uma mudança no comercio têxtil.... Agora que acordamos?

 

Creio que a direção das entidades empresariais sabiam disso  e só agora querem divulgar políticas de desenvolvimento em inovações ; educação ; gestão e promoção ? .... Bem creio que pagaram para ver, confiaram que o governo fosse fazer algo e agora? Deitados no berço esplendido de um mercado fechado, não  puderam aprender com um mercado aberto... bem agora não resta mais nada a não ser parar de chorar e correr atrás do prejuízo... sim pela demora em despertar vamos pagar com mais empregos além dos 1,3 milhões já perdidos nos últimos 15 anos.  Vamos ter que aprender a ter concorrentes mais fortes e competitivos... para isso temos que ser mais fortes e competitivos...não bastará isenções de impostos... temos que pelo menos saber corretamente quanto custa um produto que acaba de sair de nossas linhas de produção.

Outra coisa...investir no setor de moda não é promover desfiles e espalhar purpurinas... Susan Dillon já escreveu certa vez " ...montar uma empresa de moda necessita-se de 90% de visão de negócios e 10% de habilidade de design..."  então invistam em educação fundamental para que dentro de 5 anos tenhamos um bom público para fazer iniciar algum processo de inovação no setor de negócios e de design...não apenas de melhorias de produtividade (pois estão dando novos nomes à sistemas de melhorias de produtividade antigos)  desfiles "purpurinados"  ( como se um desfile salvasse a cadeia têxtil da falta de competitividade, ele é mais um elemento de uma estratégia mais ampla, o desfile como um fim em si ou apenas para fazer propaganda não resolve)... o que passa disso é fumaça....

Responder à discussão

RSS

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço