Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Estatísticas do setor têxtil revelam que além de não criar novos postos de trabalho, o quadro de pessoal caiu

O crescente aumento nas importações tem um impacto direto no mercado de trabalho local, uma vez que reduz o consumo de produtos nacionais e, consequentemente, sua produção e a geração de empregos na indústria. No caso do setor têxtil e de vestuário, a relação entre importações e criação de postos de trabalho no Brasil pode ser verificada por meio do importômetro, uma ferramenta criada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Desde 1º de janeiro deste ano até o fim desta semana, o Brasil já importou mais de US$ 6,5 bilhões em produtos têxteis e confeccionados, deixando de gerar, aproximadamente, 779 mil empregos na indústria brasileira.

Além de não criar novos postos de trabalho, o setor também tem reduzido o seu quadro de pessoal. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal do Emprego e Salário, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de novembro, nos nove primeiros meses deste ano, em comparação a igual período de 2012, o número de assalariados no setor têxtil do País recuou 3,8%. No setor de vestuário, a queda foi de 3,1%. Sobre o número de horas pagas aos trabalhadores, o IBGE mostra que, no acumulado do ano, houve uma redução de 4,6% para os empregados do setor têxtil e de 3,4% para os que atuam com vestuário.

Caged

Contudo, considerando os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, é possível constatar que a fabricação de produtos têxteis acumula (de janeiro a setembro deste ano) um saldo positivo de trabalhadores no País, com a criação de 8.820 empregos. No Ceará, o resultado é negativo para o período, com 149 empregos a menos. O desempenho foi o 2º pior do Brasil, atrás apenas de Pernambuco, com saldo negativo de 416 postos de trabalho.

"Nos últimos três anos, houve queda relevante na produção e na contratação de pessoas no Estado. Atualmente, a contratação está praticamente estagnada", afirma Kelly Whitehurst, diretora executiva do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral no Estado do Ceará (Sinditêxtil-CE). No segmento de confecção de artigos de vestuário e acessórios, os importados também têm impacto, mas, como mostram os números do Caged, em menor proporção. De acordo com o documento do Ministério do Trabalho e Emprego, nos primeiros nove meses do ano, o País foi registrado um saldo positivo de 23.165 postos de trabalho no segmento. No Ceará, o saldo também foi positivo, somando 1.899 vagas.

Efeito econômico

Atualmente, conforme a Abit, a cadeia têxtil e de confecção possui 1,7 milhão de empregados diretos em todo o Brasil, sendo o segundo maior empregador da indústria de transformação e o segundo maior gerador do primeiro emprego. Assim, qualquer influência negativa nessa cadeia produtiva pode ter um impacto relevante no desemprego e, consequentemente, na economia brasileira.

"Parece-me que há uma visão distorcida do governo de que, se entrar artigo têxtil mais barato no País, a roupa fica mais barata e pressiona menos a inflação. Mas existem pessoas empregadas (na indústria de têxtil e vestuário) e se você começar a demitir essas pessoas o setor terciário, o comércio, pode não absorver essa mão de obra, aí a gente vai ter problema de desemprego", avalia o diretor de Marketing da Santana Textiles, Raimundo Delfino Neto. "A gente quer concorrer de maneira equilibrada, valorizando a indústria do País. A concorrência é muito desigual", reforça Kelly Whitehurst. (DM)

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1344188




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"Parece-me que há uma visão distorcida do governo de que, se entrar artigo têxtil mais barato no País, a roupa fica mais barata e pressiona menos a inflação.

Reduzir impostos e taxas que é bom nada,nada,nada

Claro, pois isso é politicamente mais importante, ainda mais com o desemprego maquiado pelos empregados pelo Bolsa Familia e Seguro Desemprego.

romildo de paula leite disse:

"Parece-me que há uma visão distorcida do governo de que, se entrar artigo têxtil mais barato no País, a roupa fica mais barata e pressiona menos a inflação.

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