Você nem conhece essa marca, mas sua filha gosta.
Onze de cada dez gestores que acompanham os varejistas de vestuário estão intrigados com as filas de clientes nas portas da Forever 21, que abriu duas lojas no País, uma no Village Mall, no Rio, e outra no Morumbi Shopping em São Paulo.
Parada obrigatória das brasileiras adolescentes que viajam aos EUA, a rede está conseguindo vender roupas a preços incrivelmente baixos – regatas a R$8,90 e jeans a R$34,90 – levantando a seguinte questão: é possível ganhar dinheiro com esses preços, ou a rede está vendendo abaixo do custo para comprar uma fatia de mercado?
A resposta a essa pergunta tem implicações de longo prazo para investidores em Lojas Renner (de longe a empresa mais eficiente do setor), Marisa, Hering e Guararapes, que controla as Lojas Riachuelo.
Por enquanto, executivos da indústria de vestuário acham que a Forever 21 provavelmente está praticando preços realistas. “Eles têm escala mundial, faturam uns US$4 bi só nos EUA e compram na China muito barato,” diz um deles. “Além disso, o custo de ocupação deles no Brasil deve ser muito baixo.”
Uma regata que na Forever 21 sai por R$8,90 é vendida por R$13,90 na Marisa e R$19,90 na Renner. A Hering cobra R$79,90 num jeans básico e a Renner, R$65,90; na Forever 21, a calça sai por R$34,90, de acordo com uma pesquisa do Itaú BBA.
Há, no entanto, pouca visibilidade sobre como a Forever 21 funciona (e sobre seus números). Controlada por uma família coreana e com sede em Los Angeles, a empresa não é listada em Bolsa. Até o dono da Reserva, conhecida por suas roupas caras, alfinetou recentemente no Facebook: “Filas e mais filas não significam sustentabilidade financeira.”
Hering | 592 lojas |
Marisa | 407 lojas |
Lojas Renner | 217 lojas |
Riachuelo | 212 lojas |
Forever 21 | 2 lojas |
O sucesso da rede também tem implicações para as empresas de shopping center no Brasil. Até o fim deste ano, a Forever 21 planeja abrir mais cinco lojas no País, podendo chegar a 20 até o fim do ano que vem. A Multiplan já fez acordo para receber as sete primeiras lojas, mas o Iguatemi e a Aliansce também tentam atrair a empresa. Os shoppings sabem que a roupa pode até ser barata, mas fila na porta não tem preço.
(Há um debate discreto no Rio sobre se as madames que compram no luxuoso Village Mall se sentem de alguma forma incomodadas com o público mais heterogêneo da Forever 21, mas isso é outra história…)
O sucesso eventual da Forever 21 também pode levar varejistas internacionais como a GAP a rever seus planos de negócio para o Brasil. Em tese, uma empresa como a GAP poderia, por exemplo, decidir baixar preços para ganhar na escala.
Por enquanto, a única coisa certa é que a Forever 21 vai levar todos os concorrentes a rever sua cadeia de fornecimento, apertar custos e buscar um jeito de atrair aquelas consumidoras teens que não se incomodam de ficar na fila.
Por Geraldo Samor
Fonte: Veja
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Uma coisa parece certa, industria e varejo texteis nacionais estão condenados.
O arroxo do seguimento textil como fiação e malharia (ja condenados com preços baixos) é certo com esta pressão dos varejistas de grande escala que estão chegando
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