Um ano depois de comprar uma fatia de 30% na varejista de vestuário Colombo, a gestora de investimentos Gávea fez um novo aporte na companhia de cerca de R$ 100 milhões. Os recursos servirão para a Colombo, hoje com 406 lojas, dar continuidade ao seu plano de expansão no varejo, iniciado em 1991.
O contrato entre a gestora e os irmãos Álvaro e Paulo Maluf, da família fundadora do negócio, foi assinado na madrugada de ontem após mais de quatro meses de negociação. A transação foi antecipada ontem pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
Álvaro Maluf, presidente da Colombo, não informou qual foi a fatia vendida nesta segunda rodada de investimentos, tampouco confirmou o valor exato. Ele disse apenas que o montante ficou próximo ao do primeiro aporte do Gávea e que desta vez a companhia foi avaliada a múltiplos superiores.
O controle da companhia permanece nas mãos da família. "Não abrimos mão disso", afirmou Maluf. Segundo o empresário, a Colombo faturou R$ 635 milhões no ano passado e encerrou o exercício com lucro, embora a auditoria dos números ainda não tenha sido concluída.
As últimas demonstrações financeiras publicadas pela companhia se referem ao ano de 2011, quando a Colombo registrou um prejuízo de quase R$ 26 milhões e uma receita líquida de R$ 344,45 milhões.
Segundo Maluf, o resultado negativo de 2011 se justifica pelos altos investimentos em expansão que a companhia tem feito nos últimos anos, boa parte deles ainda em fase maturação. "Cada loja nossa demora cerca de 36 meses para atingir a maturidade", disse o empresário.
Somente este ano, a Colombo pretende abrir mais 35 unidades, todas próprias. Uma parte relevante das lojas, afirmou Maluf, será inaugurada nas regiões Norte e Nordeste, que têm apresentado crescimento "muito expressivo".
O empresário disse que a sociedade com o Gávea tem sido bastante positiva para a Colombo, principalmente na área de governança corporativa. Dois membros da gestora atuam hoje no conselho de administração da companhia, Carlos Barros e Bruno Alves. Este último também acompanha ativamente as operações da Colombo no dia a dia, disse Maluf.
Fundada em 1917, no centro de São Paulo, a Colombo iniciou suas atividades com a venda de gravatas italianas, camisas e ternos confeccionados com tecidos importados da Inglaterra. O consumidor alvo era aquele que poderia arcar com os altos custos de importação para ter um produto diferenciado.
Atualmente, o forte da rede Colombo continua a ser o vestuário masculino - com destaque para o segmento de camisaria - mas seus preços atingem, principalmente, um consumidor típico da classe C.
Outras duas redes de vestuário também especializadas em camisaria - só que com enfoque mais "premium" que o da Colombo - receberam aportes de investidores financeiros recentemente. Em dezembro de 2013, a Dudalina, comandada pela empresária Sônia Hess, teve seu controle adquirido pelas gestoras americanas Advent e Warbug Pincus.
Também no fim do ano passado, a rede Aramis recebeu aporte da 2bCapital, controlada pelo Bradesco e Banco Espírito Santo (BES), que ficou com uma fatia minoritária da varejista.
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