Ronald Masijah (na foto), dono da Darling, fundada há 66 anos, diz que se economia continuar como está, o setor não dura mais de oito anos
Ele chegou a fabricar 500 mil peças de lingerie por mês, entre 2008 e 2010, com um time de 400 costureiras. Hoje, produz 250 mil peças mensais e emprega 200 costureiras.
“Estou apavorado. O setor de confecção não dura mais do que oito anos no Brasil”, desabafa Ronald Masijah, sócio-diretor da Darling, uma das mais tradicionais marcas de lingerie do país.
Fundada pelo pai, Iso Masijah, e pelo tio, Moises Castro Nahum, em 1949, a Darling, segundo afirma, nunca havia passado nem perto de um período de retração semelhante ao atual.
“É algo absurdo o que estamos vivendo. Acabamos de passar pelo Dia dos Namorados e o ritmo de vendas se manteve como se o evento não tivesse existido”, afirma. Nos meses de maio e junho, religiosamente, as vendas de lingerie costumavam aumentar 20%.
Fundada por Izidoro Knobloch, a Nutrisport, fundada há 64 anos para produzir casacos de pele, é outra empresa que está bem longe de fornecer, como no passado, 250 mil peças para cada estação do ano.
“A produção atual é 60 mil peças, 20% inferior à do ano passado e, ainda assim, não está fácil vender”, afirma Sidney Knobloch, sócio-diretor da confecção, que comercializa as marcas Nutria e Lilla Ka.
Para Knobloch, as confecções brasileiras não suportam mais dois a três anos. Os preços dos tecidos são dolarizados, uma vez que boa parte deles é importada, considerando que a indústria têxtil nacional também sucumbiu. “Fora isso, os custos dispararam”.
De janeiro a abril passado, a alta mensal do dólar acumulou 16,1%, o preço da energia elétrica subiu 38,2%; o dos combustíveis, 8,4% e o da água tratada, 2,3%, segundo cálculo da GO Associados.
Os juros também estão mais elevados. A taxa básica de juros da economia que, em janeiro, era de 12,25% ao ano, hoje é de 13,25% ao ano. E todos esses aumentos acontecem em um ambiente em que o consumidor está mais endividado e sem confiança na economia e no emprego.
“A situação vai piorar, nem começou a recessão. O governo vai cortar investimentos, os impostos vão subir e a desoneração sobre a folha de pagamento, que havia até agora, está sendo revista”, afirma.
Muitas confecções já entregaram literalmente os pontos. Levantamento do Sindivestuário, sindicato que reúne os fabricantes de roupas femininas, masculinas e infanto-juvenis, revela que, nos quatro primeiros meses deste ano, 500 confecções fecharam as portas no país, das quais 150 no Estado de São Paulo.
INTERIOR
Metade das confecções paulistas que fecharam está concentrada na cidade de São Paulo. A outra metade está instalada, principalmente, na região do ABC, Campinas, Nova Odessa, Sumaré e Americana. Muitas famílias dessas regiões, segundo o Sindivestuário, estão sofrendo o impacto do desemprego.
O sindicato também colheu depoimentos de donos de confecções que enfrentam dificuldades para manter as portas abertas.
Veja o desabafo de um empresário de médio porte do interior de São Paulo, que prefere o anonimato:
“Nunca vi uma situação como essa. Tinha 200 funcionários e dispensei cerca de 50 pessoas, nos últimos três anos. Neste ano, já demiti mais 50 pessoas. Agora tenho 98 empregados, mas está praticamente impossível mantê-los”.
O depoimento de um dono de confecção de pequeno porte na capital, que também não quer ser identificado, chamou a atenção da diretoria do Sindivestuário.
“Até o final do ano, vou passar o ponto e virar importador. Vou vender diretamente para os clientes do Bom Retiro. Vou ganhar mais, não terei mais custos com funcionários e vou pagar menos impostos.”
Operam no país cerca de 30 mil confecções, das quais 35% no Estado de São Paulo que movimentam R$ 14 bilhões anuais empregam cerca de 250 mil pessoas.
O Brasil, segundo o Sindivestuário, já chegou a ter 35 mil confecções há dez anos e a empregar um milhão de pessoas. O setor é formado, principalmente, por micro e pequenas empresas, com 10 a 15 funcionários, em média. Uma parte menor é formada por médias empresas, como a Darling e a Nutrisport.
Para aproveitar do regime do Simples, que possibilita uma incidência menor de impostos, as confecções não crescem muito. Para não ultrapassar o faturamento de R$ 3,6 milhões por ano, eles acabam criando outras empresas, com outros CNPJs.
“Um setor de mão-de-obra intensiva, que dá emprego a milhares de famílias, está desaparecendo porque o governo pouco se importa com ele. Os empresários estão descapitalizados”, afirma Ronald Misajah, presidente do Sindivestuário.
A Nutrisport, por exemplo, já teve de recorrer as bancos para obter capital de giro. “Sabemos que isso é suicídio para uma empresa no Brasil, mas não teve jeito”, diz Knobloch.
As taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras, no caso da Nutrisport, diz Knobloch, estão ao redor de 2% ao mês. “E isso, quando as instituições decidem emprestar. O crédito está bem restrito”, afirma.
Ele diz que ainda não pensou em fechar a empresa. “Mas se continuar como está, até pode ser.” A Nutrisport trabalha no atacado e no varejo, com lojas em shoppings, na Alameda Lorena e na Rua José Paulino. Mesmo nas regiões de maior poder aquisitivo, diz ele, o consumo despencou.
FONTE: http://www.dcomercio.com.br/categoria/negocios/150_confeccoes_fecha...
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perguntas para o dono da verdade:
que tipo de inovaçao a empresa fez?
mudou alguma modelagem alem das calcinhas asa delta?
mudou alguma materia prima? tipo linha de algodao, algodao organico ou coisa parwcida, porque nao tem como comprar calcinha no brasil, porque ou voce compra aquelas calcinhas asa delta que nao cobre o bumbum ou aquelas para senhoras de pelo menos 90 anos, calcinha de algodao se elastano nem pensar, quando tem uma de algodao e de coton lycra e com os mesmos problemas das sinteticas que cada dia os profissionais da saude pede que as mulheres nao usem no dia a dia, entao o sintetico cada dia esta sendo recomendado a nao ser usado e os fabricantes parecem que nem tem mulheres e nem filhas, entao culpa-se o governo (que nao deixa de ter sua parcela), mas ai fica mais comodo, nosso grupo fabrica apenas calcinhas de algodao organico sem elastano para adulto e infantil e nossa produçao esta se multiplicando em 100% ao mes desde que lançamos apenas no exterior, começamos com 1000 calcinhas mes, hoje estamos com 3.500 e ja nos preparando para procurar faccionistas fora do estado porque aqui nao tem mais como aumentar a produçao, o preço medio da nossa calcinha é de U$3,50 e foi criada porque uma cliente na frança me disse que pediria ate de joelhos para termos lingerie de algodao organico, porque os clientes viviam pedindo e ela nao tinha forncedor, entao acomodados tirem a bunda da cadeira e saiam do ar condicionado de seus escritorios transformados em castelos e vao olhar o que o cliente esta querendo, as mudanças no perfil do consuidor, agora isto envolve mudanças no chao de fabrica, modelagens, materia prima, consequente mente fornecedor e por ai vai entao o empresario prefere dar uma de avestruz e culpar somente o governo, fica mais facil
Ótima dica, vou fazer um teste e se precisar de mão de obra temos confecção de lingerie e fazemos cerviso de mão de obra 11 950484602 ou 11 4930 10 93 estou em sao bernardo do campo
voce terceiriza? porque nos nem lançamos ainda a linha de calcinhas pro mercado nacional, com medo de nao ter terceirizador, aqui no estado da paraiba sao bem poucos que fazem com a qualidade que precisamos, estamos nos preparando para colocar uma parte da produçao no ceará e so depois disto vamos lançar a linha no brasil, porque a carencia e muito grande, todo dia tem gente querendo lingerie de algodao organico, supermercados, magazines e eu nem chego a falar de preço com eles, so digo que e um produto caro, porque se o comprador quiser comprar por trocados eu encerro a conversa imediatamente dizendo que o preço que ele quer tem que ir literalmente pra china
O que mais preocupa é a inercia que se faz sentir em toda sociedade brasileira. Quando alguns saem pra reclamar, os respaldos são insuficientes para a coisa andar, então paramos de reclamar em alto som. Os meninos que levaram a serio e fizeram passeatas e panelaços, sumiram de repente, será que foram cooptados??
A Francisca volta a seu conteúdo pífio, sem eco, pois na Paraíba com uma população que cabe em Taboão da Serra, quer levantar a voz para outra população muito maior, que faz de tudo para ser produtiva, com recursos e estratégias e tb a nata de profissionais competentes e criativos, mas que com a situação em que estamos, nem CRISTO, poderá conseguir algo concreto. Inventar, só onde não há nada ai onde há cegos um olho só é o do rei. Senhora esta querendo dizer e não diz abertamente, que é excepcional no que faz e que o resto dos executivos no Brasil são medíocres? Ninguem tem criatividade? Estamos por aqui, com problemas, minha empresa esta com sérios problemas, tentamos diversificar, projetar formas diferentes de levar a produção, de incentivar os clientes, de pedir dinheiro no banco, de pagar os investimentos, de sofrer com esta merda de governo, que só lhe é benéfico, só a você, pois o resto do pais esta a mingua e o único olho do rei, esta fechado....é uma pena.
Mas de qualquer forma lhe parabenizo pelo sucesso de sua empresa e que tenha muitos frutos e que possamos presenciar sua acenssão metorica, isto se estivermos ainda por aqui.
Adalberto, tudo que você anotou, assino em baixo e que fique registrado a inoperância deste ridículo governo, que conseguiu desmontar um principio de reviravolta no estado de coisas econômicas, que foi o PLANO REAL, independente de quem o projetou, mas que o PT conseguiu destruir, legislando em causa própria, ou seja com corrupção. NOSSAS EMPRESAS ESTÃO A MINGUA E ELES (PT) JOGARAM A MAIOR EMPRESA BRASILILEIRA NA MERDA LITERALMENTE.
Dona Francisca, dona Francisca...
Torço muito pelo sucesso da sua empresa e pela ascensão deste pequeno setor que a colega defende tanto
Mas a senhora não pode esquecer que existe um limitador muito grande quando falamos em escala do algodão orgânico! Qual seria o custo dessa calcinha de USD3,50 aqui? com toda a nossa carga tributaria... Por quanto uma grande rede de magazine iria ter que vender?
A senhora menospreza os empresários daqui do Sul e Sudeste! Fica até feio
Poderia aqui citar a história de vários que eu conheço que hoje venceram na vida mas tiveram grandes batalhas para chegar aonde chegaram. Olha, e conheço histórias de coreanos, arabes, judeus, etc
Você imagina você fugir do campo de concentração, servir no exercito russo sofrendo todo tipo de bulling vir foragido para o Brasil e vencer neste pais empregando centenas de pessoas
Essa é só uma história... e hoje com este desgoverno ele ainda corre o risco de perder tudo deixando centenas de desempregados
E a senhora vem falar que fulano ou ciclano não tem criatividade, que fica no ar condicionado dos seus castelos, etc, etc. A senhora não tem vergonha? É triste para não dizer outra coisa
A senhora não sabe nada destes caras, não sabe nada de industria têxtil!
Então por favor pare de menosprezar as pessoas daqui! Certamente terá e muito o respeito de todos desse BLOG
E ainda continuo torcendo para o sucesso do seu negócio! mas também torço para estes heróis que a senhora tanto critica! Tomara que consigam vencer mais essa batalha....
Torres e Alfredo...
a cada dia vejo esta situação piorar!!! não há faturamento, portanto não se paga dividas contraídas!!quebra-se em bancos, perde-se o crédito, etc,...etc... perde-se a moral...a criatividade...nao se paga tributos, pois não se tem mais liquidez para vender patrimonio ( quem sobrou alguma coisa ...) enfim perde-se o referencial de valores, como tb se ""realmente estamos errados em nossa conduta""?? será que somos tão dotados de baixo Q.I.??? será que somente eu tento espelhar a minha derrota em uma falsa projeção???Não...infelizmente não!!! vejamos as cifras desemprego em todo o Brasil, que cresce assustadoramente!! e parece que ""tudo está bem""....vou ficar por aqui....agradeço Torres e Alfredo Cardoso...tfa adalberto
Alfredo...infelizmente nao é apenas nossa colega Francisca..que seguramente está em um ""mundo diferente""..e torcemos para que continue assim...
a diferença é tb o objetivo social de uma empresa: gerar gerar empregos e desenvolvimento ao Brasil...etc..etc,...diferente qdo se faz uma produçao ""caseira"" e os impostos são praticamente zero....é diferente parar uma produção com faturamento de usd 3.500,00 ...e outra mais complexa, com pendencias para governo, fornecedores etc.,.etc.,.a estrutura é outra!!
o que me incomoda de fato, é que neste mesmo blog, já tivemos manifestações diversas...e a alegão é basicamente a mesma: SOMOS BURROS..NAO TEMOS CRIATIVIDADE....ETC..ETC...A PREOCUPAÇÃO É APENAS DE MANTER-SE ""RICOS'"""....E NUNCA PERDER!!! O QUE É LOGICO!! MAS VC TEM PERDAS POR UM DESGOVERNO INCOSEQUENTE E SER TAXADO DE BURRO: EU NÃO ACEITO!!
NAO SOMOS OPORTUNISTAS EM IMPORTAR , SEM GERAR EMPREGOS, APENAS POR GANANCIA!!
eu fico de saco cheio, qdo alguns ""ilustres colegas "" dentro deste blog, questiona a nossa capacidade de gerar realmente uma empresa e mantê-la...diferente de nao ter um pessoal especializado, e manter um salão estocando tecidos e outros, apenas tirando NF e despachando!! deste forma se perde ""bons profissionais"" e se cria ""bons robôs"" com manutenção salarial muito baixa e descartável!!
sabes que temos aqui ( nao posso citar nome em função do amigo Erivaldo ..) ""elementos"" que participou de uma comitiva para a china com empresários do setor textel para vender moda brasileira???kkkkk..nao é piada!!! falei com ele via celular...e disse o tiro no pé que estava dando...o imbecil é tão ridículo que simplesmente taxa a china de ""atrasada"" e que os chineses necessitam da nossa moda!!! ISTO É BURRICE!!! temos moutros que defendem a ind textil apenas em confecções, o restante da cadeia nao tem problema extermina-la!! veja o caso da ABIT !!! e de outros importadores daqui do blog, que insistem nesta fase!!!! hoje nao temos praticamente mais planta de poliester produzindo e moderna...dependemos portanto de china!!! asia!! e assim sucessivamente em todos os fases posteriores!!! lembro de quando a FAMA começou a importar cambraia de linho...a diferença de tecido para tngir e tecido acabado, era apenas centavos!!!! e o mundo textill foi acabando
paulatinamente acabando com os grandes produtores deste segmento de fibras duras!!e depois com os demais...veja os tapetes!!
infelizmente nao paramos por aì !!! continuo ainda firme em um proposito: BOTAR FOGO EM CNT!! no minimo!!!! boicotar!!! enfim nao ter limites!! se nao tivermos ATITUDE nada vai acontecer!!! e por nossa idade...dá para arriscar....afinal lembremos que nao dá para fazer omeletes sem quebrar os ovos!!
abç adalberto
alfredo cardoso Neto disse:
É redundancia a voz de nossos empresarios do setor textil em geral. Somos os verdadeiros herois da PATRIA, nos ferramos no dia a dia e ainda temos que dar risadas. Risadas sim, pois de chorar já me cansei , de brigar, tb. e a idade não me da o vigor de antes, mas teimosamente estamos por ai.
Não há como lutar contra a maré, quando esta maré é exatamente quem deveria olhar por nos, o governo. Esta utopia de que não há cratividade(como nos diz Francisca), é a maior de todas, se for quer comparar sua atual e prospera 3.500/pç mes, com as 500mil/mes da Darling, isto era a prosperidade industrial, onde 400 funcionarias eram o esteio desta empresa, se for feita uma comparação mediocre, mesmo tosca, haveria de ter costureiras para atender a produção da Francisca por quase 10 anos. MAS QUEM FALA O QUER, DEVERÁ OUVIR O QUE NÃO QUER E FICAR CALADINHA. - E MAIS MONTE UMA EMPRESA PROSPERA AQUI EM SP E TRACA TODO O ALGODÃO DA PARAIBA, MAS TRAGA TB A CRIATIVIDADE PARA VENDE-LAS.
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