Transgênero: a questão cadente do momento. Enquanto digito este artigo, Dr. Phil está entrevistando um homem que fala da dor que sente porque seu filho passa pela transição de homem para mulher.
Ele acha que "alguém o influenciou"; que "alguma coisa tomou conta" do seu filho. Ele simplesmente não consegue aceitar seu filho sendo qualquer outra coisa que não homem.
Ele está tremendo, perturbado, enquanto Dr. Phil diz: "Logo vamos conhecer 'Steph'" (a filha trans do entrevistado, que quer apresentar seu "eu autêntico" em rede nacional).
Mais cedo, Kathie Lee & Hoda respondiam a perguntas dos telespectadores sobre estereótipos de gênero, discutindo brinquedos sem gênero determinado, como se fosse a última dança politicamente correta da semântica, uma moda passageira na qual deveríamos embarcar se quisermos parecer "socialmente antenados".
Se pudesse ter um desejo realizado neste instante, imploraria que as pessoas se dessem conta de que não é brincadeira. Não é uma fase passageira. Não vai embora. Na verdade, só vai ficar mais aparente.
Ela aparece cada vez mais nas conversas nos Estados Unidos porque nossos políticos nos forçam a participar desse diálogo. Decisões tomadas por nossos políticos agora estão dando um megafone para pessoas transgênero, que, até alguns meses atrás, nem sabíamos que eram transgênero.
Se pudesse ter um desejo realizado neste instante, imploraria que as pessoas se dessem conta de que não é brincadeira
Estou falando sobre a lei aprovada há três meses no meu Estado, a Carolina do Norte: a HB2, também conhecida como "a lei mais anti-LGBT na história recente dos Estados Unidos".
Mas outros Estados estão prestando atenção. As pessoas estão tendo conversas difíceis e, como resultado disso, outros políticos estaduais são forçados a responder.
A pergunta se impõe aos Estados Unidos: indivíduos transgêneros deveriam usar banheiros que correspondem à sua identidade de gênero?
Eis o que dizem e o temor: Predadores heterossexuais vão se vestir e/ou fingir que são mulheres transgêneros com o objetivo de entrar em banheiros/vestiários femininos para atacar sexualmente as mulheres.
Uau. Quanta coisa. Mas é o que dizem.
Essa é uma isca política bem pensada e apresentada estrategicamente para roubar a atenção de questões como reforma educacional. É um argumento que faz ferver o sangue de muitos americanos, porque ela atinge seus medos e inseguranças.
Também é um argumento sem sentido, porque na Carolina do Sul houve zero casos de homens heterossexuais se fazendo passar por mulheres para ter acesso a banheiros e vestiários femininos com o objetivo de cometer crimes sexuais.
Mas agora pode acontecer; agora a ideia está aí. De qualquer maneira, é uma tática de impor o medo, a uma lei baseada em medos que até agora são apenas suposições. Mas essa é uma conversa para outro dia.
Que paradoxo que nossa cultura americana identifique vestidos como algo tabu para os meninos...
Em reação a essa "nova" conversa nacional, religiões, políticos e pessoas comuns estão se manifestando e discutindo o que significa ser transgênero, ou não se conformar a gêneros.
Muita gente acha que é só a mais recente histeria social e política. Mas eu sou uma pessoa - como qualquer outra, e essa é a minha realidade.
Essa tem sido a minha realidade nos últimos sete anos, criando um filho que é "gênero-criativo". Ele ainda não se identificou como transgênero a essa altura da vida, e isso pode não acontecer. Ele pode ser gay, pode ser hétero, pode ser bi, trans, assexual ou pansexual; agora, ele se define como "gênero-criativo", e tudo bem para mim. "Gênero-criativo" basicamente significa que ele está feliz em ser menino e ter corpo de menino, mas prefere tudo o que é marqueteado para as meninas - incluindo vestidos.
Vou me arriscar aqui e dizer que a maioria das pessoas, por mais liberal que sejam, ainda têm uma reação automática e negativa quando veem um menino de vestido. Meninos em roupas ornamentadas de batizado? Tudo bem. Sem problema. Adorável, até.
Um menino de três anos vestido de princesa na pré-escola? Hm... não estamos muito à vontade, mas entendemos, é só brincadeira. Ei, é até meio engraçado.
Na verdade, vamos tirar uma foto para fazer chantagem depois, "não seria engraçado"? Um menino de dez anos de vestido porque ele acha bonito? Não. Não está tudo bem. De jeito nenhum. Na verdade, "é bizarro". É assim que acontecem as conversas, certo?
Me pergunto por quê?
Por quê? Que paradoxo que nossa cultura americana identifique vestidos como algo tabu para os meninos, especialmente quando os homens histórica e culturalmente usaram vestidos e saias (pense: togas, kilts, kimonos, sarongs etc.)
A propósito, não foi o rei Luís 14 que usava calças justas e salto para destacar as pernas? E salto alto não era acessório essencial para homens que montavam, porque ele oferecia mais estabilidade no estribo? Os homens começaram a usar salto muito antes das mulheres.
Vestido é só um pedaço de tecido, pelo amor de Deus! Quer coisa mais neutra que um pedaço de tecido pendurado no corpo?
Além disso, *de alguma maneira* sinto que meu filho não é o único menino dos Estados Unidos que gostaria de usar um vestido agora. Talvez ele tenha nascido no século errado. Ou talvez nós é que não estejamos à altura do senso de moda dele.
Quer coisa mais neutra que um pedaço de tecido pendurado no corpo?
Tiro foto dos meus filhos o tempo todo, nem que seja só para guardar para a posteridade. Tenho várias fotos do meu filho usando fantasias de princesa e vestidos.
Também acho que ele fica lindo e que não deveria guardar as fotos a sete chaves. Se quiser compartilhar uma foto que me dá orgulho de quem ele é, deveria poder fazê-lo, como qualquer outra mãe.
Esse é o meu filho. Não vou escondê-lo porque as pessoas ficam pouco à vontade quando veem um menino de vestido.
Recentemente, compartilhei as fotos com amigos nas redes sociais. Primeiro, porque tenho orgulho e, apesar de saber que não sou imparcial, acho que ele é adorável e muito fotogênico. Segundo, porque queria deixar claro (mesmo que para uma única pessoa) que meu filho não é menos que ninguém.
Sou uma mãe orgulhosa, como tantas outras. Carrego fotos dos meus três filhos na carteira, como tantos outros pais e mães. Não tenho vergonha de compartilhar as fotos que tirei ao longo dos anos.
Elas capturam a verdadeira beleza interior do meu filho mais novo, mesmo que tenham dito que estou errada por "permitir" que ele "aja como menina" (o que quer que isso signifique).
Tenho orgulho de ser menina. Quem não teria? Somos tudo. Somos fortes. Somos belas. Trazemos vida ao mundo. Podemos criar com doçura e mandar com mão-forte.
Brigamos pelo que é certo. Se uma pessoa nasceu homem mas se identifica mais com tendências femininas, por que nossa sociedade decidiu que isso é errado, inaceitável, "menos"?
Não estou aqui fazendo pouco dos homens estereotípicos, tampouco... Amo e sou casada com um deles, e tudo ótimo também.
Uma das minhas histórias favoritas e que ilustram perfeitamente a bondade delicada do meu filho veio de uma colega professora. Certo ano, ela tinha na sala uma aluna com sérios problemas de saúde, que tinha de ir para a escola com um tubo de alimentação.
Segundo a professora, meu filho foi a primeira criança que ela viu que não só aceitava, mas procurava essa criança "diferente" na hora do recreio. Ele prestava atenção e dava atenção a ela, tratando-a como o ser humano real que ela era. Meu filho tinha uma amizade incondicional, mesmo que ela não pudesse responder. (Mas ele consegui fazê-la sorrir quando imitou um cachorro.)
Meu filho tira tudo de letra. Ele gosta de alegras os outros, mas, ao mesmo tempo, não quer agradar aos outros ou mudar quem ele realmente é só para ser aceito.
Atribuo essa habilidade de enxergar além das aparências ao fato de ele também se sentir diferente e saber o que é discriminação, mesmo que sutil (ou não tão sutil assim).
A beleza da humanidade nem sempre se parece com o que nos ensinaram
Então, para que fique registrado (porque tenho certeza que tem mais pessoas assim por aí, e gostaria que vocês não tivessem de se esconder), vou compartilhar esta foto do meu filho gênero-criativo usando um vestido que ele escolheu para posar.
Acho que seu coração belo e bom, seus gestos delicados e sua expressão estão radiantes nesta imagem. Quero que o mundo veja e entenda que a beleza da humanidade nem sempre se parece com o que nos ensinaram.
Mais cedo, Kathie Lee & Hoda respondiam a perguntas dos telespectadores sobre estereótipos de gênero, discutindo brinquedos sem gênero determinado, como se fosse a última dança politicamente correta da semântica, uma moda passageira na qual deveríamos embarcar se quisermos parecer "socialmente antenados".
Se pudesse ter um desejo realizado neste instante, imploraria que as pessoas se dessem conta de que não é brincadeira. Não é uma fase passageira. Não vai embora. Na verdade, só vai ficar mais aparente.
Ela aparece cada vez mais nas conversas nos Estados Unidos porque nossos políticos nos forçam a participar desse diálogo. Decisões tomadas por nossos políticos agora estão dando um megafone para pessoas transgênero, que, até alguns meses atrás, nem sabíamos que eram transgênero.
Se pudesse ter um desejo realizado neste instante, imploraria que as pessoas se dessem conta de que não é brincadeiraEstou falando sobre a lei aprovada há três meses no meu Estado, a Carolina do Norte: a HB2, também conhecida como "a lei mais anti-LGBT na história recente dos Estados Unidos".
Mas outros Estados estão prestando atenção. As pessoas estão tendo conversas difíceis e, como resultado disso, outros políticos estaduais são forçados a responder.
A pergunta se impõe aos Estados Unidos: indivíduos transgêneros deveriam usar banheiros que correspondem à sua identidade de gênero?
Eis o que dizem e o temor: Predadores heterossexuais vão se vestir e/ou fingir que são mulheres transgêneros com o objetivo de entrar em banheiros/vestiários femininos para atacar sexualmente as mulheres.
Uau. Quanta coisa. Mas é o que dizem.Essa é uma isca política bem pensada e apresentada estrategicamente para roubar a atenção de questões como reforma educacional. É um argumento que faz ferver o sangue de muitos americanos, porque ela atinge seus medos e inseguranças.
Também é um argumento sem sentido, porque na Carolina do Sul houve zero casos de homens heterossexuais se fazendo passar por mulheres para ter acesso a banheiros e vestiários femininos com o objetivo de cometer crimes sexuais.
Mas agora pode acontecer; agora a ideia está aí. De qualquer maneira, é uma tática de impor o medo, a uma lei baseada em medos que até agora são apenas suposições. Mas essa é uma conversa para outro dia.
Que paradoxo que nossa cultura americana identifique vestidos como algo tabu para os meninos...Em reação a essa "nova" conversa nacional, religiões, políticos e pessoas comuns estão se manifestando e discutindo o que significa ser transgênero, ou não se conformar a gêneros.
Muita gente acha que é só a mais recente histeria social e política. Mas eu sou uma pessoa - como qualquer outra, e essa é a minha realidade.
Essa tem sido a minha realidade nos últimos sete anos, criando um filho que é "gênero-criativo". Ele ainda não se identificou como transgênero a essa altura da vida, e isso pode não acontecer. Ele pode ser gay, pode ser hétero, pode ser bi, trans, assexual ou pansexual; agora, ele se define como "gênero-criativo", e tudo bem para mim. "Gênero-criativo" basicamente significa que ele está feliz em ser menino e ter corpo de menino, mas prefere tudo o que é marqueteado para as meninas - incluindo vestidos.
Vou me arriscar aqui e dizer que a maioria das pessoas, por mais liberal que sejam, ainda têm uma reação automática e negativa quando veem um menino de vestido. Meninos em roupas ornamentadas de batizado? Tudo bem. Sem problema. Adorável, até.
Um menino de três anos vestido de princesa na pré-escola? Hm... não estamos muito à vontade, mas entendemos, é só brincadeira. Ei, é até meio engraçado.
Na verdade, vamos tirar uma foto para fazer chantagem depois, "não seria engraçado"? Um menino de dez anos de vestido porque ele acha bonito? Não. Não está tudo bem. De jeito nenhum. Na verdade, "é bizarro". É assim que acontecem as conversas, certo?
Me pergunto por quê?Por quê? Que paradoxo que nossa cultura americana identifique vestidos como algo tabu para os meninos, especialmente quando os homens histórica e culturalmente usaram vestidos e saias (pense: togas, kilts, kimonos, sarongs etc.)
A propósito, não foi o rei Luís 14 que usava calças justas e salto para destacar as pernas? E salto alto não era acessório essencial para homens que montavam, porque ele oferecia mais estabilidade no estribo? Os homens começaram a usar salto muito antes das mulheres.
Vestido é só um pedaço de tecido, pelo amor de Deus! Quer coisa mais neutra que um pedaço de tecido pendurado no corpo?
Além disso, *de alguma maneira* sinto que meu filho não é o único menino dos Estados Unidos que gostaria de usar um vestido agora. Talvez ele tenha nascido no século errado. Ou talvez nós é que não estejamos à altura do senso de moda dele.
Quer coisa mais neutra que um pedaço de tecido pendurado no corpo?Tiro foto dos meus filhos o tempo todo, nem que seja só para guardar para a posteridade. Tenho várias fotos do meu filho usando fantasias de princesa e vestidos.
Também acho que ele fica lindo e que não deveria guardar as fotos a sete chaves. Se quiser compartilhar uma foto que me dá orgulho de quem ele é, deveria poder fazê-lo, como qualquer outra mãe.
Esse é o meu filho. Não vou escondê-lo porque as pessoas ficam pouco à vontade quando veem um menino de vestido.
Recentemente, compartilhei as fotos com amigos nas redes sociais. Primeiro, porque tenho orgulho e, apesar de saber que não sou imparcial, acho que ele é adorável e muito fotogênico. Segundo, porque queria deixar claro (mesmo que para uma única pessoa) que meu filho não é menos que ninguém.
Sou uma mãe orgulhosa, como tantas outras. Carrego fotos dos meus três filhos na carteira, como tantos outros pais e mães. Não tenho vergonha de compartilhar as fotos que tirei ao longo dos anos.
Elas capturam a verdadeira beleza interior do meu filho mais novo, mesmo que tenham dito que estou errada por "permitir" que ele "aja como menina" (o que quer que isso signifique).
Tenho orgulho de ser menina. Quem não teria? Somos tudo. Somos fortes. Somos belas. Trazemos vida ao mundo. Podemos criar com doçura e mandar com mão-forte.
Brigamos pelo que é certo. Se uma pessoa nasceu homem mas se identifica mais com tendências femininas, por que nossa sociedade decidiu que isso é errado, inaceitável, "menos"?
Não estou aqui fazendo pouco dos homens estereotípicos, tampouco... Amo e sou casada com um deles, e tudo ótimo também.
Uma das minhas histórias favoritas e que ilustram perfeitamente a bondade delicada do meu filho veio de uma colega professora. Certo ano, ela tinha na sala uma aluna com sérios problemas de saúde, que tinha de ir para a escola com um tubo de alimentação.
Segundo a professora, meu filho foi a primeira criança que ela viu que não só aceitava, mas procurava essa criança "diferente" na hora do recreio. Ele prestava atenção e dava atenção a ela, tratando-a como o ser humano real que ela era. Meu filho tinha uma amizade incondicional, mesmo que ela não pudesse responder. (Mas ele consegui fazê-la sorrir quando imitou um cachorro.)
Meu filho tira tudo de letra. Ele gosta de alegras os outros, mas, ao mesmo tempo, não quer agradar aos outros ou mudar quem ele realmente é só para ser aceito.
Atribuo essa habilidade de enxergar além das aparências ao fato de ele também se sentir diferente e saber o que é discriminação, mesmo que sutil (ou não tão sutil assim).
A beleza da humanidade nem sempre se parece com o que nos ensinaramEntão, para que fique registrado (porque tenho certeza que tem mais pessoas assim por aí, e gostaria que vocês não tivessem de se esconder), vou compartilhar esta foto do meu filho gênero-criativo usando um vestido que ele escolheu para posar.
Acho que seu coração belo e bom, seus gestos delicados e sua expressão estão radiantes nesta imagem. Quero que o mundo veja e entenda que a beleza da humanidade nem sempre se parece com o que nos ensinaram.
Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.http://www.brasilpost.com.br/martie-sirois/por-que-me-recuso-a-pedi...
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Bem, agora para ser "politicamente correto" as opções precisam ser respeitadas, enaltecidas e diferenciadas. Tudo bem, ainda estou vivo! Vou me adaptar...
Mas o que me causa certa revolta é que se uma pessoa que é agredida na rua ela é vítima de "lesão corporal" e o criminoso vai ter pagar duas cestas básicas... mas se a vítima se declarar LGBT, negro ou índio o criminoso ficará preso sem direito a fiança e indiciado em crime de ódio (?).
Mas tudo bem, ainda estou vivo! E mundo está mudando.
É claro que quem faz opções fora do normal como comentou abaixo o colega Paculdino ficou "diferente" por sua escolha. O que não acontece com um deficiente físico ou com uma menina que tem que ir à escola com tubo para se alimentar ou respirar. Opção é escolha. Ok... ainda estou vivo e tenho que me adaptar!
Na verdade, se estou vivo e minha opção tem que ser respeitada só por que escolhi ser diferente, declaro para todos: Assim que o calor voltar vou sair "armário" e assumir publicamente que sou naturista! VOU ANDAR NU. Se me agredirem vou apelar para a mesma lei que protege os que fizeram opções diferente da maioria da sociedade. E aproveito para lançar mais um letra no digno movimento mediático, que agora será LGBTN. (N de naturista.
Eita... a indústria têxtil vai perder alguns consumidores se esta moda pegar.
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