Filhos gêmeos do tenista Roger Federer vestiam roupas iguais na final do torneio de tênis de Wimbledon, na Inglaterra, no domingo (16). Myla Rose e Charlene Riva estavam com vestidos. Leo e Lenny, de 3 anos, vestiam jaqueta azul, calças brancas e sapatos pretos (Foto: Daniel Leal-Olivas/ Reuters)
nquanto na quadra o pai era celebrado pelo título, nas arquibancadas, quem se destacava eram seus filhos.
No domingo, durante a final do famoso torneio de tênis de Wimbledon, na Inglaterra, os gêmeos de Roger Federer acompanhavam o progenitor vencer o croata Marin Cilic e conquistar o 19º Grand Slam de sua carreira.
Myla Rose e Charlene Riva, de sete anos, exibiam vestidos floridos idênticos.
Já Leo e Lenny, de três anos, vestiam jaqueta azul, calças brancas e sapatos pretos.
Vestir gêmeos com roupas iguais não é incomum, mas alguns especialistas alertam que isso pode não ser uma boa ideia.
Keith Reed, que comanda a Associação de Nascimentos Múltiplos e Gêmeos (Tamba, na sigla em inglês), diz ser importante para os pais de gêmeos ajudá-los a desenvolver sua própria identidade.
Reed defende vesti-los de maneira diferente e chamá-los pelo nome, em vez de referir-se a eles como "os gêmeos" ou os "trigêmeos".
"Se eles sempre costumam estar juntos ou usar as mesmas roupas, então, com o passar da idade, acabam ficando mais angustiados se você quiser impor mudanças", diz.
Na opinião de Reed, "isso não significa, porém, negar a relação especial que eles têm", ressalva.
"Na verdade, você acaba permitindo a eles que se vejam como indivíduos que têm o bônus de fazer parte de uma unidade múltipla", destaca.
A britânica Carla Hallmark, de 38 anos, que mora no sudeste de Londres, é mãe de duas meninas gêmeas não-idênticas, Farrah e Rae.
Ela diz que algumas vezes veste suas filhas com a mesma roupa por conveniência. "Não pensamos muito nisso. Entramos na loja e compramos duas peças iguais, de diferentes modelos", confessa.
Gêmeas Farrah, à esquerda, e Rae se vestem iguais (Foto: Carla Hallmark/BBC)
"Se as meninas fossem idênticas, acho que não agiria da mesma forma. Minhas filhas são tão diferentes uma da outra, então para mim isso nunca foi realmente um problema. Sempre escolhi a via mais fácil".
"É mais uma questão de acordar pela manhã, ir ao armário e optar pelo que é mais fácil. Não se trata de uma decisão consciente de vesti-las iguais todos os dias", acrescenta.
Hallmark diz, porém, que "é muito fofo e eu gosto do visual, mas é realmente pela conveniência. Não acho que realmente importa até elas chegarem a uma idade em que digam o que não vão usar".
"Agora, como tentamos tirá-las de casa em 15 minutos todas as manhãs, vesti-las iguais é certamente pela facilidade".
Mas alguns pais de gêmeos tomaram a decisão consciente de não vestir seus filhos com roupas correspondentes ou idênticas.
O diretor de relações públicas Marc Cohen, de 37 anos, do norte de Londres, é pai das gêmeas Izzy e Heidi, de sete anos.
Pais das gêmeas idênticas Heidi, à esquerda, e Izzy se asseguram que elas se vistam diferente (Foto: Marc Cohen/BBC)
"Todo mundo tem sua opinião, mas para nós, é difícil entender porque os pais querem vestir seus filhos iguais, especialmente se eles forem gêmeos idênticos", questiona.
"Eles têm personalidades diferentes. São pessoas diferentes. Vesti-los da mesma forma desde muito cedo acaba por remover suas individualidades".
Cohen reconhece, contudo, que a escolha não é fácil.
"Isso impõe alguns desafios. Entendo que se você tem muitos filhos, pode ser mais fácil vesti-los da mesma forma", diz.
"Mas na medida em que eles crescem, fica realmente difícil encorajar a individualidade com gêmeos idênticos, então acho que vale a pena trabalhar isso desde cedo, de forma a permitir que cada um tenha a sua personalidade", defende.
Lauren Apfel, editora da revista Motherwell, voltada a pais, e mãe do casal de gêmeos Phoebe e Jasper, de seis anos, diz ser contra vesti-los iguais.
Casal de gêmeos Jasper e Phoebe Tomkins em seu primeiro dia na escola (Foto: Lauren Apfel/BBC)
Segundo ela, os progenitores tendem a fazer essa opção por considerar "fofo".
"As pessoas são fascinadas por gêmeos, e adoram vê-los como um díptico adorável. Mas vesti-los iguais fala mais sobre aparência do que o que realmente é melhor para as crianças", argumenta.
"Gêmeos sempre vão ter uma ligação especial. Vesti-los de forma diferente não vai danificar essa relação", acrescenta.
Para Apfel, "em vez disso, é um passo importante no sentido de permitir que eles possam se desenvolver como indivíduos dentro de uma relação como irmãos, em oposição às suas identidades sendo dominadas por isso".
A psicóloga Linda Blair, que escreveu um livro explorando a relação entre irmãos, diz que há uma fascinação com nascimentos múltiplos e pais frequentemente tentam acentuar esse "encanto" ao vesti-los iguais.
Mas ela alerta que isso pode ter um impacto negativo nas crianças e também em sua relação entre irmãos.
"As crianças querem, acima de tudo, ser vistas como especiais pelos pais", diz.
"Quando você as veste de forma igual, você não vai prejudicá-las em longo prazo, mas o que você fazendo é colocar em risco o calor desse relacionamento", acrescenta.
Na opinião de Blair, "a pessoa com quem eles vão querer competir é aquela com quem eles mais se parecem".
"Nesse sentido, não é bom para o relacionamento entre os irmãos vesti-los iguais".
"A melhor maneira de criar filhos confiantes é elogiar suas diferenças e individualidades, assim como se orgulhar delas", conclui.
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/pais-devem-vestir-gemeos-com-r...
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Em minha opinião,os pais devem vestir os iguais de forma desiguais, pois eles tem personalidades desiguais.
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