Por que a Grécia, que detém somente 0,3% do PIB mundial, desencadeia uma onda de pânico que se alastra de um país para o outro?
Ninguém estuda a Grécia, por ser tão pequena. Ninguém previu a falência da Grécia, porque ninguém estava estudando este país. Mas uma vez quebrada, aí sim todos os economistas do Ocidente começaram a estudá-la.
E aí todos observaram que ela devia 150% do PIB.
Com esta constatação, começaram a ver que outros países deviam 150% do PIB ou mais, e aí começaram a descobrir e divulgar os outros países, como na tabela ao lado apontando a Itália e agora o Japão.
A crise vai se alastrar para fora da zona do EURO. Preparem-se!
- "Japão Será o próximo país", afirma Nouriel Roubini.
Você que é administrador, contador, técnico de contabilidade, engenheiro, diga: qual o erro primário que o Economist, a CIA World Factbook, estão fazendo e que está gerando este pânico? Estão dividindo uma dívida que é paga ao longo de 10 a 30 anos, pelo PIB de um único ano.
Repito, porque é tão elementar que vocês não vão acreditar. Estão dividindo uma dívida que é paga ao longo de 10 a 30 anos, pelo PIB de um único ano. Que são aqueles de sempre.
Estão dividindo um número do Balanço Geral por outro do Demonstrativo de Resultados. Estão comparando Peras com Maçãs!! Quem disse que Dívidas devem ser pagas em um único ano?
Se dividirmos a dívida da Grécia por 30 anos, que é um prazo normal para este tipo de dívida, a Grécia deve somente 5% do PIB do período, não 150%.
UMA BELA DIFERENÇA!
Iria quebrar? Não pela dívida. Vai quebrar porque o juro agora dobrou, mas quem dobrou o juro foi o pânico, não os 5% da Grécia. Você ficaria em pânico se um país devesse e pagasse 5% do PIB por ano, por 30 anos? Isto se a Grécia não crescer nada, mas se ela dobrar o seu PIB em 30 anos, terminará devendo 2,5% do PIB.
Algo que a imprensa especializada e os jornalistas econômicos escondem propositadamente quando noticiam quem será o próximo. O objetivo do jornalismo econômico é gerar volatilidade aos "hedge funds" e bancos que pagam os almoços noFasano.
No caso do Japão, a próxima bola da vez, a dívida passa de 180% para 6% do PIB.
Se ele não amortizar esta dívida, e "role" como aconselha Delfim Netto, ele pagará anualmente juros reais de 0,5%, que custam somente 1% do PIB por ano, minha gente. Vai quebrar? Vai.
Porque somente 1.000 de vocês vão ler este blog, e vão achar interessante, mas vai parar por aí.
Dividindo erradamente, Dívida pelo PIB de um único ano, logo se chega a conclusão que ninguém deve dever mais do que 100%, mesmo que os 100% for um número que nada tenha a ver.
Na Sala São Paulo, Fernando Henrique Cardoso, previu para 1000 pessoas, que como a Grécia devia quase 150% do PIB, dificilmente conseguiria pagá-la, incorrendo no mesmo erro. Fiquei estarrecido, e comentei ao meu amigo contador que estava ao lado "e ele foi Presidente da República".
Meu amigo ao lado disse" "É muito pior, ele foi Ministro da Fazenda, tinha a obrigação de não cometer um erro destes". Infelizmente, o Economist comete este erro epublica tabela mundial.
A CIA que é a Central de Informações do governo americano comete este mesmo erro banal. A que nível chegamos de ignorância administrativa e financeira! Todos os economistas usam Dívida/PIB como métrica, e não Dívida/Ativo Totalou Dívida/x Anos de PIB*(1+g)n que seria o correto.
É muito triste ver uma crise mundial sendo gerada por pessoas que não entendem nada de contabilidade e administração financeira.
Uma das vantagens de termos administradores financeiros administrando países, é que nos preocupamos em usar as métricas certas, para sabermos exatamente onde estamos pisando.
CPIs são muito importantes para nós administradores, mas não para criarmos problemas, onde problemas não existem.
Obrigado pela sua atenção.
Fonte: http://blog.kanitz.com.br
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Caro André, grato pelo incentivo!
Caro Osnir são 1000 que vão ler , mas não deixe de escrever. É preciso uma única semente para uma arvore brotar e crescer. São atitudes como esta que acabam com crises. Assim como uma unica pessoa pode ter divulgado uma informação errada a outras 1000, que leram e divulgaram.
Obrigado pelo texto.
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