Ando sumido do Face Book, e responsabilizo isso a cibernética – e as características mais baixas do ser humano: Nesse Blog Textil aqui, temos o nosso coordenador, o Erivaldo Cavalcanti, Pernambucano alto, tranquilo, ao meu ver com mais cara de Jornalista do que Tecnólogo ou Gestor Textil. Quando aqui alguém extrapola, - mas extrapolando bem para fora do gráfico da normalidade -, o Erivaldo chama o transgressor, puxa umas orelhas e o trem volta a andar nos trilhos. Somos muito - e poucos - ao mesmo tempo. Nos aproximamos de 15,000 associados, com ampla liberdade de comentar de tudo, desde a anatomia de Pinguim ate a desvalorização do Euro. Aqui quando um quer “caveirar” alguém ou botar a “boca no trombone”, nossas posições são conhecidas e as bandeiras são hasteadas. Já no Face Book, a coisa e mais sutil. Um pode dizer algo a seu respeito, lançar uma insinuação ou alegação e o “todo poderoso” computador do Face infere alguma coisa em seus elétrons e lhe aplica uma punição. Em dois anos aqui só tres vezes me cansei de ver determinados textos vindo repetitivamente da mesma pessoa, Discretamente a desliguei dos quadros de “amigos” e partimos em trilhas distintas. Mas no Face Book, algumas vezes, diluídos em vastos números e encorajados pelo piores instintos do ser humano algumas pessoas se tornam horríveis, isso é, se mostram como verdadeiramente o são, sem o verniz social, acobertados por um programa de computador, sofisticadíssimo porem “burro”. No meu caso foi, suponho, a tal “caveiraçao”: Alguém fez uma reclamação anônima. Depois outra. E mais outra ate que o programa decide que a probabilidade e aceitável e punição é necessário... Não seria muito mais elegante simplesmente me “deletar” de suas vidas? Não gostou do texto, da gramática, do estilo, das idéias, porque que não sumir comigo, sem gastar uma bala, somente pressionando o botão “delete”? Claro que tentei falar,com alguém, tentar saber o que fiz de errado, mas somente muitos “thank you” digitalizado em Ingles. Era uma cascata de “Thank yous” por isso e por aquilo, mas o programa foi irredutível. Duas semanas de balão... Poh, o Blog Textil do amigo Erivaldo é bem mais magnânimo. Humano e civilizado. Nunca fui chamado atenção, minhas liberdades (não libertinagens) de pensamentos são respeitadas e se alguém discorda do texto, o faz na “bucha”, na “lata” e por isso escrevo aqui com prazer, e por isso lançamos sementes aqui que podem germinar e talvez ate melhorar um pouquinho a nossa classe, o nosso país e extrapolando a imaginação, por que não a humanidade? Como através desse blog textil eu chego ate o Face Book, só para sacanear o “computador Big Brother” deles, mandarei essa estória da BRASPEROLA, uma vez mais, e aproveito a informar os amigos do Face que estou vivo, escrevendo, e o farei por duas semanas - a parir da Segunda Feira -, das Astúrias, terra de ancestrais, onde ficarei por duas semanas com parentes e amigos. Um bom fim de semana a todos voces...
SAUDADES DA BRASPEROLA....
A BRASPERA. Que saudade: Jamais poderia imaginar que iria escrever isso. No Colégio Americano de Vitoria (ES) tornei-me amigo de um gurizinho pequeno, meio moreninho (para padrões da Irlanda) o qual tive que o proteger debaixo de minha asa por conta do “Bullying” da Garotada, por ele falar meio diferente – e eu gostar de brigas. Seu nome era George Ernest Frank McCrea.
George e eu nos tornamos amigos, morávamos ambos perto do Parque Moscoso, e descíamos a ladeira do viaduto em carrinhos de Rolimã. O George tinha uma irmã chamada Anita Adriana, bem Irlandezinha, que eu creio ter sido a minha primeira perspectiva de namorada, mas aos nove anos de idade eu era bem menor do que a Anita com sete. Mas culpei tudo no fato que ela usava óculos e dai arranjei uma boa desculpa para esconder o sentimento. O David era o irmão caçula, também bem Irlandezinho , guri espoletado e desassombrado.
A amizade nossa de guris se estendeu as famílias e chegamos a visitar e ser visitados Pela Dona Anita e o Sr. George MacCrea. A Dona Anita ela muito bonita e nascida no Chile e arranhava o português. Já o Mr. George McCrea, engenheiro formado em Dublin, na Irlanda e especializado em linho, tinha um português, mas difícil do que acomodacoes em cela do Carandiru. Ele veio ao Brasil para montar as maquinas da Braspérola, amava a fabrica, os funcionários e frequentemente punha a “mão na graxa” para montar os maquinários da MAC, creio eu, ingleses, e repassar a tecnologia de manutenção aos funcionários despreparados.
Mr. Geoge McCrea amava tanto a fabrica que se deslocou de Vitoria para Cariacica, que na época por la ainda tinha uns poucos índios já “civilizados” (para evitar dizer “derrubados”) e foi morar nas dependências da fabrica, num bonito apartamento que existia no segundo andar...
Bem o George Ernest Frank e eu seguimos com a amizade: Visitava nos fim de semana na Braspérola e corríamos em cima de seu teto de zinco forte, corrugado e pintado de branco. Mas do que obvio era uma façanha perigosa e não permitida, mas aos nove anos somos imperecíveis. A direita da Braspérola, ou ao sul do prédio da Braspérola, havia um riacho que era o nosso Amazonas. Roubávamos uma canoa que lá ficava, saímos pelo riacho pescando e capturando peixinhos de aquário tipo Leibniz e outros. Bem não vou mencionar o afundamento da canoa e outras coisas. Definitivamente não éramos Tarzans...
Um dia houve uma choradeira geral: George, Anita, David e eu: A família voltaria a Irlanda.
Eu dei o meu jogo de rolimãs favorito para ele e uma lanchazinha Pop-Pop que funcionava a álcool, e ele me deu os cobiçados carrinhos Ingleses, de ferro fundidos, facilmente encontrados no google como Dinky Toys. A saída deles foi triste. Guardei os carrinhos como se fosse um pedaço do amigo e hoje eles estão na casa da Andrea Elizabeth, minha filha, decorando uma estante acima da lareira...
Depois daquilo, nunca mais pude ver a Braspérola. Quando íamos de carro ao Rio, evitava a olhar a fabrica, com saudade do meu amigo. Para mim a ida dos McCreas foi o da Braspérola - da Braspérola de uma criança.
Também, ainda que deva existir, eu nunca mais vi um Diretor de Fabrica, com uma camisa imaculadamente engomada e passada, metendo a mão na graxa, pacientemente ensinando a os funcionários a operação das maquinas, e fazendo assim não por temor – mas por amor – vinte quatro horas por dia e sete dias por semana, se preciso fosse. Eu ainda acho, mesmo depois de velho, que a saída do George McCrea, foi o começo do final da firma.
E mesmo errado, emocionalmente, sempre pensarei assim...
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VALEU SAM, AINDA GUARDO UMA CAMISA FEITA COM O
MARAVILHOSO LINHO DA BRASPÉROLA ELA TEM, ACREDITE
SE QUISER, 12 ANOS E EU SÓ A USO EM OCASIÕES MUITO
ESPECIAIS PARA MIM. ATÉ HOJE CUIDO DA ETIQUETA DE
HOMOLOGAÇÃO "PURO LINHO BRASPÉROLA".
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