A vida do homem moderno o deixa cada vez mais sem tempo...
Verdade? Por quê?
No campo, de onde viemos, o trabalho é duro, as distâncias longas, os recursos escassos, mas sempre afirmamos que havia mais tempo!
O homem acordava com as galinhas e dormia com os pássaros, será esse o segredo?
Manhã ainda escura, hora da ordenha. Não havíamos alcançado metade do balde e lá estava o tio com o dele cheio. Prática, técnica correta.
Hora de esfolar as mãos no cabo da enxada. Nosso esforço não rendia muito, mas o pessoal já tinha limpado uma área enorme. Prática, técnica, a folha da enxada bem afiada, inclinação certa, nada de bater em pedras para não perder o fio.
Barreira no caminho, hora de cortar uma árvore que foi atacada por insetos. Depois que todos os curiosos tentaram, rindo o tio apenas pede o machado para afiá-lo, rapidinho o serviço está feito. O segredo? Machado afiado e técnica. Força? Só um pouco!
E o tempo para a família? A conversa no café da manhã é alegre e não acorda a casa toda não. Todos já estão em pé.
No almoço, em casa ou no campo, a conversa é descontraída. Sempre? Não, às vezes apenas o silêncio e a companhia bastam.
O segredo? Ora, está no propósito!
Hora de fazer, hora de fazer! Hora de falar, hora de falar!
No campo, soluções que facilitem a vida, quando acessíveis, são adotadas. Com esforço de todos e economia, a enxada virou recurso para a horta, afinal o trator chegou para lhes dar mais tempo.
Meu pai sempre nos dizia com a sabedoria do campo: - Dá tempo ao tempo. O tempo, tempo te dará.
Com o tempo e o afastamento do campo, ele mesmo chegava a questionar a própria frase que tanto usou.
Ora, o avião encurtou as distâncias. Podemos em horas chegar a lugares que demandavam dias.
Sim, mas e as filas do banco? Simples, muitas podem ser evitadas usando o caixa eletrônico e a própria internet!
Fazer compras ficou complicado? Que nada, podemos encontrar tudo em um único estabelecimento. E ainda, passar pelo caixa ficou mais fácil, porque temos o código de barras e o cartão eletrônico. Não é necessário contar o dinheiro, nem conferir o troco.
Enviar cartas então, nem é preciso mais! Escrever à mão, esperar secar, colocar em envelope, ir ao correio, etc.
Que nada, os recursos nos computadores permitem contato imediato e com imagem, em qualquer parte do mundo.
Ta perdido no meio do oceano? Liga pra casa, com telefone por satélite!
Quer um livro? Pede pela internet...
É, mas na empresa não estamos dando conta do trabalho!
Tenho ouvido e visto isso sim, as razões são falta de qualificação e recursos disponíveis mal utilizados.
Sistemas integrados de gestão (ERP) alimentados de forma precária e errônea, dificultando a obtenção de informações para tomada de decisões.
Condução inadequada de equipes e esforços por pura falta de conhecimento e comprometimento.
Conflitos de interesses não observados e nem gerenciados por falta de estrutura na área de recursos humanos.
Usando o campo como analogia, uma árvore sendo derrubada com machado cego.
Pense comigo: se o homem conseguiu inventar tantos recursos para encurtar distâncias e reduzir filas, porque essas questões permanecem assim?
Porque o trajeto mais difícil para se reduzir é a distancia entre a mente das pessoas.
Não importa qual seja o segmento, nós todos obtemos nossos rendimentos em algum empreendimento e este necessita gerenciamento.
A falta de habilidade na condução desse processo aproxima corpos e afasta mentes. Uma habilidade importante em gestão é a da adição de competências, pois é capaz de encontrar corpos que se aproximam, porque as mentes se atraem.
São essas mentes que criam e oferecem recursos que nos possibilitarão mais tempo livre.
Essa extraordinária capacidade permite que o homem pare o tempo.
Dê tempo ao homem, e o homem tempo te dará.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: ivan.postigo
Nossas maiores conquistas não estão relacionadas às empresas que ajudamos a superar barreiras e dificuldades, nem às pessoas que ensinamos diretamente, mas sim àquelas que aprendem conosco, sem saber disso, e que ensinamos, sem nos darmos conta.
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