Presidente do BC na crise cambial de 99, Armínio Fraga diz que situação agora é pior

[petrúcio josé rodrigues]

Presidente do BC na crise cambial de 99, Armínio Fraga diz que situação agora é pior

Por InfoMoney

O economista atacou a política econômica do governo Dilma, apontando que os juros foram reduzidos de maneira "voluntarista" durante sua gestão, em entrevista à revista Veja

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Wikimedia

SÃO PAULO - O economista Armínio Fraga, que será ministro da Fazenda no caso da vitória de Aécio Neves (PSDB) na eleição de outubro, disse que a situação do Brasil agora é pior do que quando foi presidente do Banco Central em 1999, em plena crise cambial no Brasil, em extensa entrevista à revista Veja desta semana.

Fraga, que foi responsável por restabelecer a confiança na economia brasileira depois da desvalorização cambial, disse que a situação agora é pior, pois em 99 havia uma clara ideia do que precisava ser feito e hoje não há uma crise aguda, mas o quadro geral é preocupante. "O trabalho a ser feito é profundo, em diversas frentes", comentou.

O economista atacou a política econômica do governo Dilma, apontando que os juros foram reduzidos de maneira "voluntarista". "Foi uma política esquizofrênica", afirmou. Depois de cortar a taxa de juros básica, a Selic, para 7,25% ao ano em 2013 - menor patamar histórico -, o governo precisou elevar para 11% a.a., entre abril de 2013 a maio deste ano, nível que se mantém até hoje e acima daquela herdada por ela. 

Fraga disse ainda que caso Aécio seja eleito deixará o fundo de private equity Gávea, criado pelo ex-presidente do BC em 2003. Atualmente, o fundo possui um patrimônio sob gestão de R$ 16 bilhões. Ele comentou também que seus investimentos seriam colocados em uma conta cega, da qual não teria acesso até sair do governo. Perguntado se Aécio não for para segundo turno, se trabalharia com uma das candidatas - Marina Silva ou Dilma -, Fraga disse que não. "Estou 100% com Aécio", comentou.