Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Além de abalar os concorrentes na área de moda popular, a chegada da americana Forever 21 incomodou clientes do Shopping Village Mall, ícone do luxo na cidade

por Bruna Talarico | 21 de Maio de 2014
Felipe FittipaldiMuvuca no interior da loja: clima de mercado persa, com música alta e disputa por produtos



Parte do ritual de ir às compras em um shopping center coalhado de marcas de luxo é justamente trazer na mão as sacolas classudas em que as grifes acondicionam os produtos de seus privilegiados compradores. Não à toa, iniciados nesse universo reconhecem a distância o bordô Carolina Herrera, o marrom Louis Vuitton e o azul Tiffany’s. No Village Mall, empreendimento dedicado ao varejo chique na Barra da Tijuca, é uma embalagem de outro tipo que chama a atenção, carregada por pessoas que não frequentavam o local até poucos meses atrás. Trata-se da bolsa amarelo-ovo da rede americana Forever 21, feita de plástico, com a referência John 3:16 impressa em preto no fundo — menção ao versículo 16 do capítulo 3 do Evangelho de São João, colocada ali por ordem dos fundadores da rede, evangélicos de origem sul-coreana. Desde o dia 22 de março, o povo com a sacola pentecostal dá uma lavada na turma que carrega exemplares das vizinhas mais metidas. Afinal de contas, o preço dos produtos mais caros da Forever (é assim que ela é chamada pelos fãs) não ultrapassa os 200 reais. O desconforto entre os antigos clientes é visível. "O Village Mall não está mais tão exclusivo", avalia a tradutora Sandra Bertoli, de 55 anos. "Passei a vir cedo e de segunda a quinta, quando o público aqui é mais selecionado. Mais tarde já fica difícil de estacionar e tem mais gente circulando", explica.

Tomás RangelA tradutora Sandra Bertoli, de bolsa Chanel: horário alternativo para evitar aglomerações

As estatísticas compiladas pela administração do shopping indicam que a abertura da primeira loja carioca da Forever 21 aumentou em 15% o movimento de clientes. Dependendo do horário e do dia da semana, a impressão é que esse número é muito maior. As filas na porta da loja, situada no 2º piso, já não são tão frequentes quanto na época da inauguração, mas as poltronas localizadas nesse ponto do corredor vivem lotadas, quase sempre de maridos e namorados à espera das compradoras, que chegam a passar até duas horas lá dentro — é comum até flagrar um ou outro escarrapachado em meio a um cochilo solto por ali. Dentro da loja, o clima é de mercado persa, com música alta, mulheres disputando ofertas nas araras e uma multidão aglomerada em frente aos caixas. Com um pouco de sorte, é possível até ver pseudofamosos como a ex-paniquete Nicole Bahls, que tentava furar a fila na tarde do último dia 9.

O público, naturalmente, não é o mesmo que visita a Cartier ou a Gucci, no piso inferior. Isso não significa que não conheça tendências ou que goste menos de moda. "Costumo conjugar roupas da Renner, C&A e Marisa com algumas mais caras, tipo Zara. A Forever é ótima para essas combinações", diz a técnica em edificações Beatriz Rodrigues, de 20 anos, moradora de Campo Grande, autora de um blog sobre beleza e moda de baixo custo. Convidada a conhecer a loja antes da abertura pela própria marca, Beatriz já esteve mais de vinte vezes no shopping desde então e sonha com o dia em que comprará sua primeira Louis Vuitton no enorme espaço instalado no piso térreo. "Isso andava meio vazio. Atualmente está mais animado, ganhou mais vida", compara.

Felipe FittipaldiA assistente social Maria Emília com a amiga Neide Machado: receio de mais surpresas no futuro


A opinião da blogueira não é compartilhada por outras habituées do Village Mall. "Antes da abertura dessa loja, já vinham pessoas de todo tipo para conhecer o shopping dos ricos. Agora, então, a frequência é totalmente diferente. Gostaria muito de entender qual a necessidade de abrir uma loja como essa aqui dentro. Será que eles só vão até aí ou tem mais de onde veio essa?", conjectura a assistente social Maria Emília Cerutti, de 65 anos, que passeava com sua bolsa Gucci na área onde as sacolas amarelas eram mais rarefeitas. "Esse novo público acaba afastando o consumidor original das marcas de luxo", teoriza a advogada Elizabeth Arnild, de 46 anos. Sua filha, a dentista Monique Moraes, de 25, completa o raciocínio: "Não faz mais sentido a Forever 21 estar no Barra Shopping?". Sim, faz. Tanto que a segunda unidade na cidade será aberta lá.

Tomás RangelA advogada Elizabeth Arnild com a filha Monique: a Forever 21 afasta o público tradicional das grifes de luxo


Aos clientes que fazem suas digressões sobre a conveniência ou não de a marca americana estar naquele espaço, é bom lembrar que os administradores dos grandes shoppings, além de atraírem compradores endinheirados, buscam garantir um fluxo mínimo de consumidores pelo local. Esse é o motivo, por exemplo, de centros comerciais refinados contarem com empreendimentos mais, digamos, pedestres, como lanchonetes, quiosques de sorvetes, livrarias e farmácias. O próprio Village Mall recentemente ganhou notoriedade com a inauguração da primeira Apple Store da América Latina, que entupiu os corredores com uma legião de nerds, aficionados de computadores e curiosos. "A abertura de uma unidade da Forever 21 foi uma decisão planejada e sempre fez parte da nossa estratégia. Achávamos que uma loja de fast-fashion nesse perfil enriqueceria o mix", defende Gabriel Palumbo, superintendente do shopping. Só para esclarecer: fast-fashion é o jeito bacana de dizer marca barateira que vende roupas que duram pouco.

http://vejario.abril.com.br/edicao-da-semana/forever-21-incomoda-cl...

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Respostas a este tópico

Não à toa, iniciados nesse universo reconhecem a distância o bordô Carolina Herrera, o marrom Louis Vuitton e o azul Tiffany’s.

Muvuca no interior da loja: clima de mercado persa, com música alta e disputa por produtos.

Diga para elas deixar o preconceito de lado e virem comprar na 25 de março em São Paulo

Como estilista e socióloga vejo muito pano-pras-mangas nesse artigo. Olha! se adicionar a bibliografia dá uma monografia.

Então a Forever deveria estar na 25 de Março mesmo ... Um bom lugar  né Luiz Gustavo eu acho legal .

Não, penso que ela (aqui, refiro-me a loja) esta muito bem onde esta, mas o que precisa e você entender o português, pois quando usei o pronome " elas" foi em referência  as pessoas que demonstraram preconceito por ser uma lojas de custo razoável em um lugar de "classe alta" e no que se refere a Rua 25 de março  é por causa da muvuca como o nobre colega se refere anteriormente.

português = nota 10. Educação = nota ZERO....

Só para esclarecer: fast-fashion é o jeito bacana de dizer marca barateira que vende roupas que duram pouco.

ahhh entendi agora melhor.... rss

Luiz Gustavo Moreira disse:

Não, penso que ela (aqui, refiro-me a loja) esta muito bem onde esta, mas o que precisa e você entender o português, pois quando usei o pronome " elas" foi em referência  as pessoas que demonstraram preconceito por ser uma lojas de custo razoável em um lugar de "classe alta" e no que se refere a Rua 25 de março  é por causa da muvuca como o nobre colega se refere anteriormente.

adorei a materia, o brasil tem que começar a se acostumar com a classe C, e pode ter certeza que é uma especie bem melhor e com bem mais dinheiro para gastar do que estas socialatas falidas que so entra na louis vuitton procurando uma promoção e na maioria das vezes compra mesmo e um falsier la nas calçadas da europa ou nova york, dono de shopping nao e besta e sabe que este e o consumidor do futuro, e para as socialatas, ai vai um recado, nao tem coisa mais brega do que ter  grife do pé a cabeça, com aquelas logos enormes e voce pagando para divulga-la, sinal que voce é uma perfeita babaca, viva o roger do ultrage a rigor que ja cantava isto nos anos 80, segue a letraabaixo:

Nós Vamos Invadir Sua Praia

Ultraje a Rigor

Daqui do morro dá pra ver tão legal
O que acontece aí no seu litoral
Nós gostamos de tudo, nós queremos é mais
Do alto da cidade até a beira do cais
Mais do que um bom bronzeado
Nós queremos estar do seu lado

Nós 'tamo' entrando sem óleo nem creme
Precisando a gente se espreme
Trazendo a farofa e a galinha
Levando também a vitrolinha
Separa um lugar nessa areia
Nós vamos chacoalhar a sua aldeia

Mistura sua laia
Ou foge da raia
Sai da tocaia
Pula na baia
Agora nós vamos invadir sua praia

Agora se você vai se incomodar
Então é melhor se mudar
Não adianta nem nos desprezar
Se a gente acostumar a gente vai ficar
A gente tá querendo variar
E a sua praia vem bem a calhar

Não precisa ficar nervoso
Pode ser que você ache gostoso
Ficar em companhia tão saudável
Pode até lhe ser bastante recomendável
A gente pode te cutucar
Não tenha medo, não vai machucar

Mistura sua laia
Ou foge da raia
Sai da tocaia
Pula na baia
Agora nós vamos invadir sua praia

Mistura sua laia
Ou foge da raia
Sai da tocaia
Pula na baia
Agora nós vamos invadir sua praia


Achávamos que uma loja de fast-fashion nesse perfil enriqueceria o mix".

Há um texto bastante interessante que aponta dados da crescente ascensão da Classe C, o texto titulado " Dados apontam que ascensão da classe C incomoda consumidores da classe AB", é bastante interessante, nele a gente encontra alguns vídeos para acesso, quem tiver interesse acesse http://economia.ig.com.br/2012-09-12/dados-apontam-que-ascensao-da-.... É bastante interessante!!!

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