POLYENKA | Empresa está em recuperação judicial desde 2007
A Polyenka Ltda, empresa especializada em filamentos contínuos, instalada em Americana desde 1972, anunciou que vai fechar as portas a partir de hoje. A decisão foi anunciada ontem, em reunião com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis. Segundo a empresa, dos 330 funcionários, ao menos 300 serão demitidos a partir de hoje. Os demais permanecem por algum tempo finalizando os processos industriais e administrativos.
Segundo a Polyenka, três fatores contribuíram decisivamente para o fim das atividades: baixo faturamento, agravado a partir de setembro, falta de capital para investimentos e gastos com energia elétrica. Informaram que necessitariam de uma carteira de faturamento de 400 toneladas de fios para janeiro, mas que viraram o ano com apenas 30 toneladas e sem capital para suportar o restabelecimento das vendas.
A companhia informou que no próximo dia 5 de fevereiro efetuará o pagamento da segunda parcela do 13º salário, que está em atraso, e dos dias trabalhados antes da demissão. Mas já avisou que não há recursos financeiros para o pagamento das verbas rescisórias no ato da homologação. A empresa explicou que pretende vender o estoque disponível e, assim, pagar parceladamente os demitidos.
O presidente do Sindicato Têxtil, Antonio Martins, disse que a notícia não chegou a ser uma surpresa. "É lamentável que uma empresa como a Polyenka chegue a este ponto. Mas durante todo o ano passado já observávamos que as dificuldades aumentavam mês a mês, com atraso no depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), dificuldades para pagar energia, falta de pagamento do 13º integral e descumprimento no pagamento de acordo com trabalhadores demitidos. Em novembro, propuseram reduzir salários e horas trabalhadas. Os funcionários concordaram, mas a empresa não colocou a decisão em prática. Entendemos que a situação era grave", comentou.
AÇÃO JUDICIAL
Como a Polyenka encontra-se em recuperação judicial desde 2007, o Sindicato Têxtil estuda junto com o Departamento Jurídico alternativas para garantir o pagamento das verbas rescisórias através de ação na Justiça. "O sindicato vai dar todo o respaldo possível para que o trabalhador não seja ainda mais prejudicado", finalizou o presidente da entidade.
por Francisco Lima Neto