Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Análise Crítica – Pessimismo na Indústria Têxtil

Venho acompanhando as informações publicadas neste fórum têxtil, que por sinal é excelente no sentido do alcance que tem dentro do setor têxtil, mas o que vem de deixando intrigado é o tom pessimista da maioria das informações postadas neste conceituado fórum. É claro que o país está enfrentando uma grave crise econômica e institucional e que não se deve “tapar o sol com a peneira”, mas algumas informações veiculadas, muitas inflando alguns dados, como o número de empresas que encerraram suas atividades ou o número de postos de trabalho fechados durante um determinado período, não trazem nenhum benefício prático ao setor. Qual é a vantagem de se destacar marcas negativas? Sensibilizar o governo para que adote medidas para estimular a produção de nossa indústria têxtil? Poderia até ser e é louvável a atitude, porém o que ocorre na prática é o contrário. Este tipo de notícia tem servido apenas para consolidar a crise no setor, inclusive sendo utilizado por instituições financeiras como justificativa para restringir o crédito às empresas do setor, sob a justificativa de que em vista de tamanha crise, as indústrias têxteis não teriam capacidade financeira para quitar suas obrigações. Ou seja, por maior boa vontade que se tenha no momento de publicar a informação e, vou além, por mais verídica que ela seja, isto só serve para alimentar um ciclo negativo de crise à desconfiança à mais crise.

Eu, como profissional vendedor de máquinas para a indústria têxtil e que vi de perto uma das maiores empresas deste segmento ruir, sei exatamente o significado que tem para o mercado as informações negativas e não quero que isto aconteça também com os meus clientes, dos quais dependo para obter sucesso profissional, portanto peço um maior cuidado e critério no momento de publicar informações negativas ao setor. Vamos nos focar em temas que possam levar ao crescimento e reestruturação do setor! Eu sei que é difícil, pois a própria natureza do ser humano tende a ter mais interesse por notícias ruins (aquele jornal vespertino de grande audiência que o diga), mas se nós, profissionais da indústria têxtil, queremos mesmo ver nossa indústria retomar o crescimento e consequentemente recuperar postos de trabalho, passa também por nós cuidarmos que não tenhamos a situação ainda mais agravada por conta de informações que talvez nem precisassem ser divulgadas.

Sucesso a todos!

Caio Ramos

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Respostas a este tópico

José Carlos,
No Senai Textil em São Paulo me parece que pela primeira vez não teremos uma turma têxtil iniciando o curso.
Colegas me passaram isso que confesso não ter tido a oportunidade de confirmar
Se realmente procede é de chorar!!



José Carlos Dias disse:

Prezado Amigo, julio Caetano:

Você não pode imaginar como anda o Senai: fui conselheiro do Senai de S. J. del Rei. Numa das reuniões o diretor, com orgulho, proclamou: nosso curso de ensino médio é o melhor da cidade, ultrapassou a escola tal, nosso índice de aprovação na UFSJ foi tal, etc, etc.

Dado momento eu perguntei qual foi o número de alunos no período que completaram o curso de torneiro mecânico e ajustador. Resposta: Nesse semestre não aplicamos o curso.

Ora, o Senai que é regiamente pago, além dos descontos em folha, aplicam com rigidez a cota de alunos subsidiados  (5 a 15% de alunos) está aplicando em alunos para irem para Universidade cursar filosofia, ciências sociais, sei lá mais o quê.

Enquanto isso, as empresas são obrigadas a ter em seu quadro: prof de matemática e português para dar o mínimo de educação aos seus colaboradores.

Mais ainda, o Senai faz cobrança exorbitante, individualmente, em qualquer curso, seja ele de segurança no trabalho, DST, soldador, eletricidade básica. Não bastasse isso, quando mencionei que um curso estava muito caro, inviável, o consultor de negócio do Senai, exclusivo da Empresa, me sugeriu que procurasse o SINDICATO dos TRABALHADORES tal que tinha cota exclusiva e gratuita. Assim não é possível ou é?

Julio Caetano H. B. C. disse:

iLembro que a Sociedade Civil, mantenedora do status quo vigente, mesmo no Carnaval continua sofrendo com os governos federal, estaduais, legislativos, judiciários, autarquias, etc.
Podemos manifestar-nos inclusive utilizando as Redes Sociais e estarmos nos preparando para as manifestações de Rua programadas para o próximo dia 13 de Março.
Eles incansavelmente estão tramando; vamos imitá-los, utilizando as mesmas "armas".

Cordiais Saudações Associativas
Julio Caetano 

O TEXTILE INDUSTRY presta um serviço de inestimável valor à nossa Cadeia Têxtil, que necessita/exige nossa cooperação/participação.
Felizmente nunca alcançaremos a unanimidade, pois como já dizia o grande e saudoso Nelson Rodrigues, "é burra".
Cordiais Saudações Associativas
Julio Caetano
Infelizmente lamento o que está acontecendo no SENAI.

Porque será que essa instituição perdeu a admiração de todos?

E parafraseando o Sam se Mattos: " qual o destino de um povo que mata seus profetas?"

Quanto ao nosso querido SENAI Francisco Matarazzo de tantas histórias boas na minha adolescência é confirmada a informação que não teve turma agora no inicio do ano de 2016

Ao que parece já esta confirmado o vestibular para a turma de agosto 2016! e o problema a ausência de turma neste inicio de ano foi devido a uma pressão do Senai junto ao Estado que queria pra ele 0,35% do 1% de contribuição que o Senai recebe das industrias

nota: O SENAI é mantido pela contribuição social das empresas industriais e agroindústrias, que recolhem 1% sobre o total da folha de salários pagos aos seus empregados.

A crise realmente existe quando:

faz um serviço que muitos fazem...

 é apenas mais um entre tantos...

investe pesado em maquinário e acha q basta ter máquinas...

não pesquisa...

não arrisca...

faz um serviço completamente descartável...

usa a mesma matéria prima que todos usam...

lei básica para o sucesso real....procure o impossível...é mais doloroso...mas tem menos concorrência.

Caros colegas, todos vocês são HERÓIS da situação que estamos vivendo, embora haja a crise, vocês se prepararam, conscientemente ou inconscientemente, para enfrentar estes dias de turbulência. Façam uma reflexão e vejam que vocês não falharam na maioria destes itens: 1-dominio da gestão da empresa, 2 - Controle financeiro adequado, 3 - gestão sobre o capital de giro, 4 - gestão sobre os custos, 5 - Esforço em marketing, 6 - Gestão sobre o faturamento apesar da pressão por queda, 7 - Manutenção das despesas fixas, 8 - Manutenção da organização. Parabéns a todos que, ao invés de lamentar com a crise, estão fazendo acontecer. Será insano esperar que o Governo facilite as coisas, mas é sano reagir contra tudo e todos. Estamos na era na inovação, abuse dela. SUCESSO E BONS NEGÓCIOS A TODOS!
"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer" - Geraldo Vandré.

Gostaria de insistir:

- A ONU através da OMC é a verdadeira responsável pela abertura do mercado têxtil, com o término do acordo MULTIFIBRAS, isto feito com um prazo de 10 anos de antecedência.
Algumas empresas brasileiras entenderam que seu concorrente há partir daí poderia estar localizado em qualquer local do mundo, não mais se restringindo ao vizinho.
- Os Profissionais não estão dando a importância devida às novas tecnologias, pois não calculam/comparam CUSTOS OPERACIONAIS para análise de investimentos. x amortização.
- A Frente Parlamentar para a Indústria Têxtil é sempre relançada nas novas legislaturas do parlamento; é um verdadeiro trabalho de loby.
- Os produtos chineses que invadiram o Brasil foram bem trabalhados comercialmente, porém sem as devidas análises comparativas de qualidade/especificações por parte dos Profissionais da Cadeia Têxtil.
- Como andam os estabelecimentos de ensino destinado ao preparo/aperfeiçoamento dos Profissionais da Cadeia Têxtil?

Cordiais Saudações Associativas
Julio Caetano

Amigo Edson, aceite minhas desculpas pela confusão. Talvez fruto da minha indignação com um texto que põem a culpa "nas notícias ruis pelos fatos ruins..."

E a continuidade da discussão aqui mostra que uma parcela muito grande de nossos colegas em posição de gestão de empresas têxteis estão perdidos como cegos em tiroteio.

Boa sorte aí Fortaleza!

Edson Machado da Silva disse:

Só uma correção amigo Eliseu. Não fui eu (Edson Machado) quem disse que existe mais de 5.000 empresas têxteis ativas em São Paulo, mas sim o colega Afonso Celso de Oliveira. Até porque, há 2 anos que me mudei para Fortaleza/CE à fim de reinventar e manter-me no setor têxtil, pois tenho esperanças de um dia melhor para o setor. Até porque, como você mesmo disse, a crise não é privilégio do setor têxtil brasileiro, mas da economia brasileira em um todo, e disso não precisamos tecer comentários além do que já foi exposto aqui, não é mesmo?

Ademais, um grande e forte abraço!

Edson Machado


Eliseu Moraes Magalhães disse:

Colega Caio e todos os demais:

O rabo não pode balançar o cachorro. Se estão falando algo é por que algo existe.

O colega Edson disse que tem mais de 5.000 industrias têxteis ativas só na grande São Paulo. Por que não escreveu 6.000 ou 8.000? Os números frios não são fatos!

A verdade é que nunca enfrentamos uma crise como a atual por que atinge não só a "nossa" Indústria Têxtil que é a primeira a entrar na crise e a última a sair, como todos os demais ramos industriais. Isso é fato!

Sou responsável por uma indústria que começou produzindo acessórios têxteis injetados em plásticos. Hoje 15% do faturamento é ainda da indústria o restante é da indústria alimentícia.

Meu tio Serafim trabalhou 30 anos numa grande indústria do Rio de Janeiro, que ficava em Del Castilho. Não era a Nova América, mas a Remignton. Esta indústria chegou a ter mais de 3.000 empregos diretos e mais de 10.000 indiretos (números...rs). Hoje esta indústria não existe mais. Por que? Por que ninguém compra máquina de escrever.

Quem quiser ficar atado a "nossa" indústria têxtil, que fique. Será lembrado como um herói. Mas eu desaconselhei meus filhos a seguirem outra carreira. Hoje meu futuro está garantido. Meus filhos!

Bom dia a todos, um ótimo tema, pessimismo ou otimismo ??? o fato é.. o setor têxtil está em crise bem antes da crise econômica atual, já passou da hora de sairmos da discussão e irmos para ação, o momento agora é de união, o foco agora é exigir  um governo federal organizado que saiba gerenciar despesas e receitas,  que saiba dar incentivos a quem gera emprego, se não mudar isso é cada um para si e Deus para todos. 

Obrigado amigo Eliseu. Abraços!


Eliseu Moraes Magalhães disse:

Amigo Edson, aceite minhas desculpas pela confusão. Talvez fruto da minha indignação com um texto que põem a culpa "nas notícias ruis pelos fatos ruins..."

E a continuidade da discussão aqui mostra que uma parcela muito grande de nossos colegas em posição de gestão de empresas têxteis estão perdidos como cegos em tiroteio.

Boa sorte aí Fortaleza!

Edson Machado da Silva disse:

Só uma correção amigo Eliseu. Não fui eu (Edson Machado) quem disse que existe mais de 5.000 empresas têxteis ativas em São Paulo, mas sim o colega Afonso Celso de Oliveira. Até porque, há 2 anos que me mudei para Fortaleza/CE à fim de reinventar e manter-me no setor têxtil, pois tenho esperanças de um dia melhor para o setor. Até porque, como você mesmo disse, a crise não é privilégio do setor têxtil brasileiro, mas da economia brasileira em um todo, e disso não precisamos tecer comentários além do que já foi exposto aqui, não é mesmo?

Ademais, um grande e forte abraço!

Edson Machado


Eliseu Moraes Magalhães disse:

Colega Caio e todos os demais:

O rabo não pode balançar o cachorro. Se estão falando algo é por que algo existe.

O colega Edson disse que tem mais de 5.000 industrias têxteis ativas só na grande São Paulo. Por que não escreveu 6.000 ou 8.000? Os números frios não são fatos!

A verdade é que nunca enfrentamos uma crise como a atual por que atinge não só a "nossa" Indústria Têxtil que é a primeira a entrar na crise e a última a sair, como todos os demais ramos industriais. Isso é fato!

Sou responsável por uma indústria que começou produzindo acessórios têxteis injetados em plásticos. Hoje 15% do faturamento é ainda da indústria o restante é da indústria alimentícia.

Meu tio Serafim trabalhou 30 anos numa grande indústria do Rio de Janeiro, que ficava em Del Castilho. Não era a Nova América, mas a Remignton. Esta indústria chegou a ter mais de 3.000 empregos diretos e mais de 10.000 indiretos (números...rs). Hoje esta indústria não existe mais. Por que? Por que ninguém compra máquina de escrever.

Quem quiser ficar atado a "nossa" indústria têxtil, que fique. Será lembrado como um herói. Mas eu desaconselhei meus filhos a seguirem outra carreira. Hoje meu futuro está garantido. Meus filhos!

Caro Jose Carlos Dias 

Parabéns pelo comentário ! " ....O objetivo, é tão somente, direcionar à reflexão pessoas que querem pensar o país. Ademais, serve, ainda, para orientar debates e oportunizar espaço para que possam, livremente, externar os diversos ponto de vista sobre esse e qualquer assunto. ...."  

Raros são , pessoas que sabem ouvir e tirar proveito somente das coisas boas .Precisamos  colocar nossas posições contestando ,criticante até , mas  apresentando soluções.  Nosso pais precisa de profissionais com visão de futuro  ...Brilhante amigo  !!!


José Carlos Dias disse:

As grandes empresas são suficientemente assessoradas por equipes que fazem demonstrativos que lhes demonstram as linhas dos gráficos de desempenho da economia e perspectivas futuras, de modo a orientar suas ações para investimentos em ativos. Por isso, as notícias aqui veiculadas, penso, não têm objetivo de colocar "lenha na fogueira", seria inócuo, nem mesmo alardear pessimismo infundado. O objetivo, é tão somente, direcionar à reflexão pessoas que querem pensar o país. Ademais, serve, ainda, para orientar debates e oportunizar espaço para que possam, livremente, externar os diversos ponto de vista sobre esse e qualquer assunto. Aqui, também, os pequenos e valorosos empresários têxteis, que quase nunca têm espaço, podem declarar suas angústias, preocupações e inconformismo diante os graves descaminhos que as políticas industriais existentes estão lhes impingidos. Os técnicos têxteis expõem suas tristezas ao verem sucumbir empresas outrora pungentes e que alguns deles ajudaram, através da dedicação, esforço e especialidades, atingir destaque. Respeito sua opinião, mesmo que percebendo-lhe defender a sua particularidade.
Bem, para finalizar, não se pode cair nas garras da "síndrome de poliana" ou, como querem alguns outros, esconder aos nossos olhos e bolsos o que estes estão vendo e sentindo.
Forte abraço
PS. Ah,os bancos, esses sabem bem a quem devem dar crédito ou não. Esses não são nada bobos!
Brilhante !

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