A onda de demissões provocadas pelo fechamento e encerramento de serviços de grandes empresas colocou 1,5 mil trabalhadores nas ruas em 2016 na RPT (Região do Polo Têxtil). O setor que dá nome ao conjunto das cinco cidades, novamente, foi um dos mais afetados pela crise.
Em recuperação judicial desde 2006, a Polyenka, indústria de filamentos de poliéster estabelecida em Americana nos anos 70, decidiu demitir 300 funcionários em janeiro para tentar reestruturar suas operações na cidade.
Foto: Arquivo - O LiberalA empresa Del Valle, do setor de bebidas demitiu 315 funcionários no mês de maioNos últimos dez anos, a empresa já havia demitido quase metade do seu quadro de colaboradores – 550 em maio de 2006. Na época do pedido de recuperação, uma espécie de tentativa judicial de evitar a falência, a Polyenka alegava dificuldades financeiras graves e colocava a culpa, em parte, no governo federal.
Mesmo com capacidade para produzir 33 mil toneladas por ano de fios, a têxtil argumentou à justiça que faltava um ajuste fiscal e tributário eficiente por parte do poder público para ajudar o setor. A elevação dos juros e a participação cada vez maior de produtos asiáticos, de baixo valor, também contribuíram para a derrocada da Polyenka.
Foto: Arquivo - O LiberalA Polyenka, também do setor têxtil demitiu 300 funcionários no mês de janeiro“Entre 2005 e 2006, o mercado não reagiu a contento. Houve queda acentuada da margem de lucro em função dos aumentos da matéria prima de produtos derivados de petróleo”, justificou a empresa.
A Polyenka diz que tenta retomar sua operação, mas de maneira diferente da produção de fios. A ideia, segundo o LIBERAL apurou, seria o ramo de importação. Nenhum representante da empresa foi localizado nesta semana.
SÉRIE. As demissões da Polyenka, em janeiro, inauguraram uma série mensal de desligamentos na região. Entre o início de 2016 até julho, foram 1,1 mil trabalhadores demitidos. Em maio, a demissão na fábrica de bebidas Del Valle, em Americana, provocou uma correria aos postos de atendimento ao trabalhador.
Mas o setor têxtil voltou a ser destaque negativo no mês passado, com o fechamento inesperado da japonesa Toyobo, também em Americana. A empresa, que chegou a atrair a visita do presidente Juscelino Kubitschek em 1963, garante que não enfrentava dificuldades financeiras.
Foto: Arquivo - O LiberalA Vicunha Rayon, empresa do setor têxtil e papel demitiu 82 funcionários no mês de fevereiroOs desligamentos seriam parte de uma mudança estratégica da indústria japonesa, que, em setembro do ano passado, inaugurou a planta de produção de resinas plásticas pra o setor automobilístico.
Com o encerramento da produção têxtil, a indústria trabalha agora com 100 funcionários na nova planta, segundo o porta-voz Percival Aires Kühl. “Não temos mais planos de retomar o setor têxtil. Planejamos fazer outras atividades já desenvolvidas no Japão na fábrica de Americana”, comentou, sem detalhar nem dar prazos.
Foto: Arquivo - O LiberalEmpresa Schneider, do ramo de energia e automação demitiu 300 funcionários no mês de julhoPERSPECTIVAS. O presidente do Sinditêxtil, Alfredo Bonduki, diz que o recuo das importações de vestuário a partir de setembro tornou os resultados do ano para o setor “menos ruim”. De acordo com dados da entidade, a produção têxtil nos últimos dois anos caiu 20%. No varejo, a queda foi de 11% em relação ao ano passado e 17% no acumulado entre os dois últimos anos.
“É um ano desfavorável. E só não foi pior para o setor porque houve uma queda grande na importação de vestuário”, lamentou Bonduki. Segundo ele, o segmento também assistiu a um aumento nas importações de fios e filamentos, sinal positivo. “Como se trata de matéria-prima, pode significar que as tecelagens e malharias estão retomando a produção”, afirmou.
Para o representante do setor, a recuperação têxtil em 2017 depende de fatores como o câmbio e da geração de renda. A redução do desemprego e um consequente aumento do poder de compra e demanda da população levariam empresários a acreditarem “na estabilização da produção, ainda num patamar muito baixo”.
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A Colori, demitiu 60 de mais de 80, ao longo dos últimos 5 anos.
Até encerrar atividades em novembro último.
A situação tornou-se inviável.
muito triste o rio de janeiro perder a colori!!!!!
ao longo destes anos tivemos uma série de acontecimentos e ""milagres"" sobre preços importados!!! Vivemos barbaridades sobre barbaridades!!! e o pior ainda está para vir: A china reconhecida como economia de mercado !!!!!! http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/15783...
...esta globalização em geral é péssima, pois temos pesos, medidas e consequentemente custos diferentes!!!
Sera que a região de Americana não esta sofrendo por causa do tipo de gestão,veja o polo têxtil de Santa Catarina existe uma renovação,com projetos a longo prazo,e são os grandes responsáveis pelo aumento das exportações têxteis.Acho que a dificuldade de Americana vai alem da crise econômica/politica,são os fundamentos que tem que ser avaliados.
Problema de gestão ??? me poupe !!!
O problema foi o patético governo comunista que tivemos nos últimos 13 anos, que beneficiou sindicatos e o populismo, enfraquecendo indústrias em benefício "próprio"
Sinceramente os empresários cansaram de lutar por uma causa sem perspectivas.
E vai piorar muito ainda para o têxtil...infelizmente.
Óbviamente, sempre se pode botar o dedo em aspectos de má gestão.
Os nosso próprios, são descobertos à posteriori; o que deveríamos ou, deveríamos ter feito em tais e tais situações.
No meu caso, vejo vários, composto pelo falecimento de minha sócia e esposa - a alma da Colori - um otimismo exagerado, um certo descontrole de despesas, incompetências diversas, meu envelhecimento, ausência de sucessores, etc.
Depois de anos crescendo @ 50%, ao ano, com a mais rica carteira de clientes possível, trabalhando dia e noite, quando a crise começa à bater, você custa um pouco à acreditar que vai durar.
Dois , três meses, com a folha inchada para a nova conjuntura; a dificuldade de se desmanchar equipes treinadas e, já amigas, ... babau! A grana some , dividas crescem.
Tenta-se de tudo; demissões, nova gerência comercial, mais representantes, cerco aos clientes, consultorias, mais lançamento de estilo, corte de despesas, economias diversas.
Aquela luta, que todos conhecem.
Mas, sendo, então , essa crise, que explodiu de 2015 para cá, haja gênio empreendedor e gestor para segurar a peteca. Não foi o meu caso.
Transformei uma pequena oficina serigráfica; ligada à Cantão, em 1983, numa expressiva empresa de estamparia textil artesanal, referência no mercado carioca, majoritáriamente dedicada à moda feminina; onde tantos queriam estagiar ou trabalhar; visitas encantadoras de turmas de estudantes.
Foi um barato, uma senhora trip profissional.
O ciclo fechou, o sonho acabou. Bye.
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