Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Número de empregados em setor tem queda de 70%-Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Americana

De acordo com estimativa do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Americana, na virada da década de 1980 para 1990, o setor têxtil da cidade empregava cerca de 20 mil trabalhadores. Em 2016, porém, são apenas 6 mil, número 70% menor.
O soldador Kleber Missias da Silva, 41, trabalhou na Polyenka durante oito anos e foi demitido em janeiro de 2016. Desde então, amarga o desemprego, vivendo de bicos e de cantar forró nos bares de Americana à noite.
Como se não bastante as dificuldades do desemprego, Silva conta que ainda não recebeu tudo que lhe é de direito da empresa. "Está difícil. Ainda não pagaram um ano e seis meses do meu fundo de garantia. (...) Fui lá (na empresa) conversar sobre isso e disseram na minha cara que não vão pagar nada, que é pra por na justiça", afirmou.
O soldador só não voltou para o Recife, sua terra natal, porque a mulher trabalha em Americana. Porém, o salário dela não é o bastante para garantir o sustento da casa. "Ela recebe uns R$ 1.200. Pago aluguel de R$ 800, nem sei mais o que fazer. Nesses showzinhos que estou fazendo, tem mês que pego uns R$ 400, R$ 500, mais ou menos", contou.
Outro trabalhador que sofreu com a situação da Polyenka foi Francisco Preth, que também é diretor do sindicato dos trabalhadores. Ele atuou por 20 anos na empresa, enquanto seu pai foi motorista da Polyenka por 22 anos.
Foi Preth quem ligou para a PM para impedir que maquinários fossem retirados da empresa. "É muito difícil para mim. Fiquei 20 anos lá, e agora tive que fazer isso (chamar a polícia). É muito complicado. (...) Meu pai trabalhou 22 anos e se aposentou lá. Conseguiu comprar terreno, chácara. Ele trabalhava no transporte e mesmo assim conseguiu tudo isso trabalhando na Polyenka. Chega a doer no coração", disse.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Americana, Antonio Martins, o fechamento das empresas fez com que os trabalhadores tivessem que migrar para outros setores e até mesmo outras profissões. "Foi obrigado né, a acabar pulando para outra profissão, atuando em outra área, como construção, às vezes até dentro da própria metalúrgica. Teve trabalhadores também que foram se aperfeiçoando e mudando de categoria. Infelizmente é uma coisa que não tem retorno", afirmou.

O declínio da Polyenka

O caso da empresa Polyenka reflete bem as dificuldades do setor em Americana. A empresa se transferiu de São Bernardo para Americana em 1972, ocupando uma área de 372 mil metros quadrados. No auge de sua produção, na virada da década de 1980 para 1990, chegou a empregar 1,2 mil funcionários.
Porém, em 14 de janeiro de 2016, a empresa anunciou a demissão dos 300 trabalhadores que ainda atuavam no local e o fim de suas atividades. Quase um ano após o anúncio, a produtora de filamentos têxteis de poliéster caminha para um final dramático. Segundo o sindicato, todos os trabalhadores demitidos ainda não receberam integralmente o fundo de garantia, que deveria ter sido quitado pela empresa até outubro, e 33 estão com o pagamento da rescisão em atraso.
Na semanada passada, a PM (Polícia Militar) teve que ser acionada pelo sindicato para impedir a retirada de duas carretas com maquinário da Polyenka. Segundo a entidade, a companhia não poderia retirar produtos do local porque há uma liminar de aresto de bens contra ela, em razão de uma dívida de R$ 6,5 milhões. O TODODIA não localizou representantes da empresa. | AR

Unitika: cortes para se manter

Fundada em 1958 e atuando em Americana desde 1961, a Unitika do Brasil, que trabalha com fibras sintéticas e fiação de algodão, foi uma das empresas têxteis que tiveram que se adaptar para continuar operando em Americana. Durante essa adaptação, cortes foram feitos. O mais recente ocorreu em junho deste ano, quando a empresa japonesa anunciou que extinguiria seu turno da noite e demitiria 100 funcionários.
O diretor presidente da Unitika, Akio Toyoda, argumentou que os cortes foram necessários. "Tive que fazer esses cortes para nos ajustar ao mercado, que infelizmente está reduzido por conta da crise (...) São três fatores: crise por muito tempo, que ainda não passamos dela, estrutura do País em termos de custos e, no nosso caso, a matéria prima. De uns anos para cá o algodão, nossa matéria prima principal, não parou de subir (o valor)", explicou.
O presidente da Unitika disse que a perspectiva é de que dentro de dois ou três anos, o mercado têxtil comece a se recuperar na região. Porém, caso não haja uma reforma tributária, ele acha improvável que qualquer tipo de indústria consiga continuar produzindo no Brasil.
"Com a estrutura fiscal, impostos, se continuar dessa forma, não só no nosso segmento, vemos que daqui cinco a dez anos, não vai mais ser possível ter tanta indústrias de produção no país", opinou. Atualmente, a Unitika conta com 300 trabalhadores ativos. | AR
 
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Respostas a este tópico

Temos dois responsáveis por essa situação: Presidente Fernando Color e Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segue a devastação; a maior que o Brasil experimentou em sua história.
Politicos e gestores, sem a menor noção, entendiemnto ou comprometimento com a economia dos pais , ou de seus estados e cidades.
Tão cedo não veremos a situação mudar.
Pior, qualquer tentativa de conserto ou austeridade, é recebida com hostilidade.
"Não vamos pagar essa conta" , dizem manifestantes.
Errado! Pagaremos TODOS. já que os "algozes" da nossa economia, não cairam do céu; foram eleitos e releitos.
Só não pagam, os privilegiados de sempre, de nossa aristocracia política e judiciária.
É um país anti-negócios, que só sabe criar obstáculos e dificuldades à harmoniosa e ordenada criação de riquezas e empregos nesse país.

Perde a nação ; desaba a arrecadação e explode o desemprego.

Tristes trópicos.

Dilma, arrematou, com chave de ouro.



José Rosa Reis disse:

Temos dois responsáveis por essa situação: Presidente Fernando Color e Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Anexos

Além dos 02 ex-presepeiros citados acima, Americana e sua região sempre tiveram representantes políticos de nível estadual e nacional (agora os macris e o sardelli), mas sem atuação nenhuma, pois não vemos nada a tempos. Temos um governo que rema na direção essencialmente agrária, a área industrial sempre esteve à mercê das intempéries financeiras
globais.

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