Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

País rico é país que gera riqueza para combater a pobreza - Aguinaldo Diniz - ABIT

Aguinaldo Diniz Filho*

O Brasil passa por um momento histórico, que está abalando as estruturas políticas do País. As pessoas estão  indo às ruas não para comemorar gols, ou a seleção, mas para gritar por seus direitos. Esse quadro de indignação e esgotamento das Instituições Públicas já era sentido há anos pelos  empresários, diariamente. O gigante Brasil estava adormecido e precisou que a população de forma ordeira e civilizada, se movimentasse como poder originário, para cobrar melhores caminhos. No meio desse turbilhão, a Abit realizou um encontro em Brasília entre empresários do setor, de todo o País, no dia 19 de junho, com parlamentares que defendem a indústria da moda e a indústria nacional. Também foi um momento histórico, pois reunimos mais de 300 pessoas interessadas em lutar por essa causa.

Sensibilizar políticos, autoridades e até mesmo nossos pares em relação a uma agenda de competitividade não é tarefa simples, mas no Encontro de Brasília estivemos coesos na direção a seguir. Essa consciência coletiva reconhece que o Brasil foi abençoado com algumas dádivas naturais, como  commodities metálicas e não metálicas, mas parece que não sabemos tirar proveito desses presentes. É preciso agregar valor e transformar esses recursos em benefícios para os  brasileiros. Um país rico é antes de tudo um país que gera riqueza para acabar com a pobreza.

A indústria nacional vem sendo tolhida em sua vocação que é gerar riquezas. Há uma década, a indústria representava quase 30% do PIB. Hoje, está patinando em menos de 14%. O governo criou incentivos, desonerações, redução do custo de energia, margem de preferência, PSI (Plano de Sustentação de Investimento), e dentre outras medidas, todas absolutamente importante para o setor, que faz uma vez mais questão de reconhecer, mas não são suficientes, infelizmente, tendo em vista uma concorrência desleal e predatória, em que vive o nosso setor.

Precisamos sim e talvez a hora seja agora, de uma reforma tributária que desonere, simplifique e dê transparência ao recolhimento de tributos, hoje em torno de 37% do PIB.

No bojo das reformas necessárias, que por longo tempo estão sendo discutidas, urge também, que façamos as reformas políticas, trabalhista e previdenciária, que sem dúvida, abrirão as portas do futuro para a Nação Brasileira.

O Brasil sempre foi um player  muito respeitado no setor têxtil mundial, mesmo sem exportar tanto. Sua capacidade instalada envolvendo mais de 32 mil empresas, sua autossuficiência no algodão, investimentos médios de US$ 2 bilhões/ano, sendo um dos parques fabris de referência em sustentabilidade, sempre impressionou os jornalistas e compradores internacionais que vieram conhecer nosso setor  in loco.

 Apesar de toda a representatividade da indústria da moda nacional,  de sua força inigualável de gerar emprego e renda para mais de 1,7 milhão de brasileiros, produzindo cerca de 9 bilhões de peças confeccionadas (incluindo-se aí vestuário e cama, mesa e banho) e estando dentre as quatro maiores do mundo, a carga tributária tem sido o grande algoz que está tirando nossa competitividade, juntamente com os produtos importados asiáticos que, ao contrário, recebem todos os incentivos inimagináveis para atravessar o oceano e chegar aqui, de forma tão desleal, muito mais baratos do que as roupas produzidas no próprio Brasil.  Esse quadro brasileiro de inúmeros impostos e tributos sociais, previdenciários, ambientais, trabalhistas, é um criadouro de situações que denigrem a moda brasileira, como trabalho análogo à escravidão, informalidade, produtores virando importadores, e por aí vai.

A Abit e a Frente Parlamentar Mista Jose Alencar pelo Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção estão defendendo o Pedido de Salvaguarda para Vestuário e um Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC), pois acredita que somente assim será possível resgatar a competitividade e garantir não somente o emprego de milhares de brasileiros, como também crescer e gerar mais renda para o Brasil. Definitivamente, vale a pena lutar por este setor, lutar por cada atividade que gere dignidade ao povo brasileiro e,  lutar pelo Brasil.

(*)Aguinaldo Diniz Filho – presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção    (Abit)

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Respostas a este tópico

Tudo muito bonitinho, reuniões, bate papo, tapinhas nas costas, China é a culpada e etc...E agora?

Vão reduzir os impostos ? NÃO!

A bandidagem politíca vai para a cadeia? NÃO!

País rico é país  que manda politíco corrupto para a cadeia por muitos anos e confisca todos os bens do safado & família.

País rico é país que não deixa poltíco ladrão usar a Fabtour para ir assistir jogo ou casamento.

País rico é país que constrói escolas de qualidade, hospitais de qualidade, povo de qualidade....o resto é terceiro mundo mesmo...Brasil é exemplo de terceiro mundo cheio de arrogância.

A 17 anos montei uma pequena mas promissora fabrica de lingerie, por mas que procurasse fazer o melhor produto, sem incentivo e sem recursos fomos obrigados a fechar as portas. Não somente as portas, mas os sonhos, a dedicação, as horas de sono perdidos e o investido (origem de rescisão de trabalho), tudo perdido. Hoje mas uma vez estamos tentando, agora com camisas, hoje um pouco melhor, porém continuamos sentindo que se dependermos de algum incentivo de governo, iremos fechar. Para isso temos duas linhas brindes e a estamparia que nos faz confeccionar. Compartilho essa luta, pois sei que é a mesma de muitos e muitos outros. Vamos em frente, baixar a cabeça jamais, mas acreditar sempre, com fé.

Senhores,

Solicitar Salvaguardas realmente é importante, mas não podemos esquecer que somente isso não é suficiente. Durante anos tivemos a proteção contra importações, durante anos foi adiada a vigência de acordos para a liberação do mercado têxtil e reconhecimento da China pela OMC. Durante anos que se prorrogaram esses alertas, e simplesmente não acreditamos que algum país pudesse enfrentar nossa indústria "criativa" de moda. Subimos em nossos pedestais e arrotamos que éramos o máximo de criatividade e exploramos um mercado fechado à importação e não investimos na indústria e no conhecimento tecnológico e da gestão; investimos em desfiles, eventos de moda, glamour, satisfizemos nossos egos de superstars... mas não foram feitos os investimentos necessários na construção de um conhecimento que tornassem possíveis as inovações necessárias atualmente . Pois bem, o desastre anunciado chegou...ninguém acreditava...pagamos para ver. Vislumbramos a China investir desde a década de 70 do século passado no setor têxtil e vestuário, e demos os ombros, nos achando imbatíveis, ríamos dos produtos chineses, desdenhamos... infelizmente estávamos olhando apenas para nosso umbigo.

Acordamos tarde...Quando as indústrias têxteis de Americana - SP  fecharam devido à abertura do governo Collor, achamos que era uma "onda" e que iria passar, "afinal o governo não iria deixar sucumbir o segundo maior empregador do país" . Fomos avisados e não acreditamos na onda dos PNQs, Planos de Produtividade e Aumento da Competitividade que foram espalhados pelo país, ainda tenho recortes de jornal da época quando o assunto era discutido em jornais de grande circulação, tenho até um recorte de uma associação de nosso setor em um "Comunicado Aberto" criticando as importações (na época, apenas de produtos têxteis). Depois disso, veio uma calmaria, o Plano Real.. mas havia o anuncio do fim do Acordo Mulifibras..mas ninguém ligou, afinal tínhamos na mão um dos dez maiores mercados consumidores de vestuário...e não nos preparamos para a concorrência externa, olhávamos para nosso concorrente interno tão "não-competitivo" internacionalmente quanto nós e nos sentíamos competitivos.

Portanto, pedir a proteção simplesmente para explorar o mercado interno sem ser competitivo internacionalmente é um erro que não podemos mais cometer. Temos que investir no conhecimento específico do setor do vestuário, gerar cérebros para que possam mudar a competividade do negócio de moda. Criar é preciso, inovar é imprescindível; e para inovar necessitamos de investimentos em conhecimento, educação e abertura de debates de ideias. Esses investimentos infelizmente não podem desfilar em passarelas (não me refiro às inovações em design), requerem investimentos em anos de pesquisa e estudos; não dá para fazer de ultima hora como se fosse um pedido que chega em nossas fábricas com o prazo menor que o processo produtivo é capaz de realizar. 

A riqueza é gerada no trabalho com produtividade. Não vemos nenhuma comissão estudar nossa indústria, poucos são as instituições de ensino de gestão no nosso setor. Temos inúmeras instituições de moda, gerando estilistas, inúmeras associações disto ou daquilo, inúmeros "fasionsweeks", "fulanofashion" ...desculpem...apenas isso não é suficiente...é bonito, legal...mas somente isso, não nos deu a solução que precisávamos...Precisamos mudanças de rumo... e nada mudará se continuarmos a realizar as mesmas coisas.

a frase (titulo deste artigo) é realistico e capaz de produzir impactos.

só que não está dentro do contexto do nosso Pais.

nossa meta é roubar, roubar, destruir e capacitar os jader's da vida, a produzir milhões através de um banco corrupto.

em tudo quanto, existem pessoas politicas envolvidas, existem maracutaias.

VEJAM O ARTIGO DE ONTEM: OS LOBÕES, E OUTROS ANIMAIS PRE-HISTÓRICOS SEMPRE IMPONDO UMA MARCA PARA DEFINIR QUEM É O MAIOR LADRÃO.

o problema continua o mesmo : FALTA DE ATITUDE!!!!  nosso governo nao está preocupado com industria textil!!! alias nem com outros segmentos!!! deixamos de produzir, gerar riquezas e melhorar o PIB, simplesmente trocando por produtos asiaticos!!! depois de mais de 20 anos de muita briga, e apesar do setor ter investido e muito ao longo deste tempo para tornar-se mais competitivo.....nada mudou!!!  se nao houver um limite para as importaçoes vamos realmente morrer na praia!!! o governo nao consegue se sustentar com todos os impostos que recolhem....e a tributação é a 2ª maior do mundo!!! Tiradentes perrdeu a cabeça qdo nos era cobrado 20% de impostos.....e hoje na casa do 40%  nao é suficiente para manter serviços basicos!!! etc...etc..etc..

 a unica solução é DIMINUIR AS IMPORTAÇOES E REINDUSTRIALIZAR O PAIS NOVAMENTE!!!!

planejamentos, produtividade e capacitação, três elementos básicos para sairmos da mesmices.

concordo com os companheiros. a china e um sombra que traz deficuldades, no entretanto, não

impõe que sejamos corruptos ou incompetentes, E TAMBÉM "BOLSISTAS".

TEMOS QUE LEMBRAR: PLANEJAMENTOS, PRODUTIVIDADE E CAPACITAÇÃO.

 

 

 

 

 

 Fui 30 anos empresário do Setor de Vestuário, vendi uma empresa e fechei outra.

Enquanto não houver no Brasil uma vontade e disposição politica de solucionar ( em negritos

abaixo ),   investir no Ramo do Vestuário é perder dinheiro...>>

Mas precisamos de decisões, sem a demagogia do governo atual...

Hoje cada empregado que empregas é um enorme passivo trabalhista no futuro!!!...???

<Precisamos sim e talvez a hora seja agora, de uma reforma tributária que desonere, simplifique e dê transparência ao recolhimento de tributos, hoje em torno de 37% do PIB.

No bojo das reformas necessárias, que por longo tempo estão sendo discutidas, urge também, que façamos as reformas políticas, trabalhista e previdenciária, que sem dúvida, abrirão as portas do futuro para a Nação Brasileira.>>>

  Continuaremos a dar murros em ponta de faca por muito tempo se for depender desses políticos corruptos, para fazer algumas reformas politicas, trabalhistas e previdenciárias. Eles lesgislam em causas próprias.

1,7 (TRILHÕES DE R$), ENTRARÃO NOS COFRES  DO TESOURO NACIONAL EM 2013.

SERIAM SUFICIENTES PARA  SUPRIR AS NECESSIDADES DE NOSSO POVO:  HOSPITAIS, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO, CARGA TRIBUTÁRIA HONESTA, INVESTIMENTOS NA TRANSPARÊNCIA, INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS E COMERCIAIS COM REQUINTES DE HONESTIDADE E SERIEDADE, O CUSTO BRASIL E AINDA NOS SOBRARIAM VALORES PARA INVESTIMENTOS NA INFRA ESTRUTURA DO ESTADO.

FINALMENTE O BEM ESTAR  SOCIAL.  TUDO DENTRO DO PRINCIPIO DA EQUIDADE, COM: PLANEJAMENTO, PRODUTIVIDADE E  CAPACITAÇÃO.

NÓS BRASILEIROS, CONTRIBUINTES NÃO "BOLSISTAS" JÁ FIZEMOS A NOSSA PARTE. 

Se consultarmos os valores recolhidos pelo ministério da fazenda através de impostos no mercado interno, o setor do vestuário e têxtil possui uma participação pequena no universo de arrecadação.

Como vamos esperar que o governo impeça as importações se as mesmas recolhem aos cofres públicos 35% sobre o valor comprado no exterior, mais os impostos pagos na venda no mercado interno?  Creio que essa atividade recolha mais impostos aos cofres públicos, do que atividade interna de produção.

Enfim, somos um péssimo cliente do governo quando se fala em arrecadação de impostos. Não estando no top da lista de melhores clientes, não devemos esperar muita atenção. Temos que nos fazer percebidos de alguma forma. Não vai bastar chorar no planalto... O governo pode até se sensibilizar...mas o máximo que fará é sentar ao nosso lado e chorar...

O problema não é só na cadeia Têxtil. É uma problema nacional. Temos que nos unir com as demais industrias para conseguir algo. Temos que fortalecer a indústria nacional.

Apenas espero que os responsáveis pelas instituições federativas da indústria, de São Paulo e dos demais estados não estejam preocupados apenas em se eleger para algum cargo político.

Ao Aguinaldo , e a todos ,

é muita conversa, a coisa é simples demais, é só copiar os outros, a China cobra 3% de imposto da Industria, e só.

nos temos embutido um monte de impostos na industria.

é só acabar com eles que tudo se resolve.

Quem tem Peito , Aguinaldo ?????????

Definitivamente, vale a pena lutar por este setor, lutar por cada atividade que gere dignidade ao povo brasileiro e,  lutar pelo Brasil.

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